segunda-feira, 31 de março de 2014

LEITURA DE ABRIL






Livro indicado: “O Fio da Navalha” de William Somerset Maugham
Destinatários: público em geral
Data: 22 de Abril 2014
Horário: 21h00  às 22h00







Sinopse

UM ROMANCE IMORTAL. UM GRANDE CLÁSSICO DO SÉCULO XX!
Quando um amigo e colega de combate morre ao tentar salvá-lo, a vida de Larry Darrell muda para sempre. Para o jovem aviador americano, a morte passa então a ter um rosto. O inexorável mistério da morte leva-o a questionar o significado último da frágil condição humana e a embarcar numa obstinada e redentora odisseia espiritual.
Ao recusar viver segundo as convenções impostas pela sociedade, para buscar o sentido da vida (que encontrará, certa manhã, algures na Índia), Larry torna-se simultaneamente uma frustração para os que o rodeiam – principalmente para Isabel, a namorada, e Elliott, tio desta, que cultivam acima de tudo a aceitação e o prestígio sociais – e a personificação de um ideal de espiritualidade e não-compromisso.
"O Fio da Navalha" foi originalmente publicado em 1944, num mundo muito diferente do actual. Contudo, algumas das suas ansiedades e dúvidas permanecem: continuamos até hoje a buscar um sentido para a nossa existência, mas não queremos apenas deter esse conhecimento, queremos senti-lo no mais fundo de nós. Para encarnar essa luta contra o destino, Somerset Maugham criou uma das mais fascinantes personagens do seu vasto legado literário. Da Primeira à Segunda Guerra Mundial, passando pela Grande Depressão, ele leva-nos, através das sociedades francesa, americana e inglesa, à verdade mais recôndita da alma e do sentimento dos homens.


O autor

William Somerset Maugham, filho de pais ingleses a viverem em França, nasceu em 1874, na embaixada britânica de Paris, de modo a escapar à obrigatoriedade de cumprir serviço militar imposta a todos os cidadãos nascidos em solo francês. Dramaturgo e romancista, antes de deflagrar a Primeira Guerra Mundial, Maugham já havia publicado dez romances e igual número de peças de teatro da sua autoria haviam subido a palco. Rapidamente se tornou um dos mais célebres escritores do seu tempo, e também um dos mais bem pagos. Quando ficou órfão de ambos os pais, antes de completar dez anos, foi enviado para Inglaterra, permanecendo ao cuidado de um tio. Mudou de país e mudou de língua – a adaptação não decorreu pacificamente. Com dezasseis anos, convenceu o tio a deixá-lo estudar na Alemanha, onde se dedicaria à literatura, à filosofia e à língua alemã. Aqui assumiria a sua bissexualidade, tendo a primeira relação homossexual, e aqui escreveria o seu primeiro livro, uma biografia do compositor Giacomo Meyerbeer. Quando regressou a Inglaterra, Somerset Maugham já tinha a certeza de que queria ser escritor. Durante a Primeira Guerra Mundial, o escritor viajou pela Índia e pelo Sudeste Asiático, experiência que lhe serviu de mote para várias obras. Entre os seus livros mais notáveis, encontram-se Servidão HumanaO Fio da Navalha e A Carta. Somerset Maugham morreu na sua casa do Sul de França em 1965, e as suas cinzas foram espalhadas perto da Biblioteca Maugham, em Inglaterra

sexta-feira, 28 de março de 2014

CLUBE DE LEITURA DE MARÇO

Ontem, pelas 21 horas decorreu mais uma participada sessão do Clube de Leitura que abordou a obra mais recente de Ana Luísa Amaral, Ara.
Trata-se de um livro a que a autora chama de romance, mas que logo nas primeiras páginas se acusa  não ser capaz de produzir, sendo sim, um longo poema, ou mais concretamente,  prosa poética, constituída de uma parte autobiográfica e uma outra parte ficcional.
É um livro que fala dos nós da vida, dentro de nós, como foi definido por um conhecido crítico literário.
A obra envolve-nos e remete-nos para a vida que é uma Ara, um altar, que implica sacrifícios num universo muito feminino, que nos transporta para a mitologia grega, à própria história de Safo ao abrir uma escola de meninas, ao sacrifício do amor, concluindo que a verdadeira vergonha  é não amar.
Ana Luísa Amaral coloca-se a si própria na obra e  revela-nos os seus conhecimentos profundos  sobre o ensaio de teorias literárias, indo à essência destes conceitos puros, com imensa simbologia, onde pairam um narrador, personagens secundárias e principais com nomes ou sem nomes.
Este romance poético inicia uma viagem e compara a vida a um rio, que simboliza a passagem do tempo, embora num retorno constante. Há também imensas referências às japoneiras que simbolizam a pureza da infância, ao mundo interior, extremamente intimista, numa dimensão existencialista, situado no contexto da pós-modernidade.
Destaque-se  o capítulo "A odisseia" em que seguimos o percurso de uma carta desde a sua fabricação até ao seu destino.
Uma obra com alguma complexidade, desordenada, fragmentária, cheia de simbologias, mas que também nos dá liberdade de variadas interpretações e nos obriga a um exercício de imaginação, que finalmente  podemos definir como um cântico narrativo.

A próxima sessão será no dia 22 de Abril e a obra abordada será o grande clássico romance do século XX  "O fio da Navalha" de  William Somerset Maugham.




LEITURA DE MARÇO




Livro indicado: “Ara” de Ana Luísa Amaral
Destinatários: público em geral
Data: 27 de Março 2014

Horário: 21h00  às 22h00








«Primeiro: a prosternação diante do altar. A hesitação diante da proliferação dos ritos: sacrifício, louvor, cântico, narrativa. Figuras e vozes, acólitos. Insurgências. Japoneiras e túneis do sentido. Discrepância a todas as vozes acumulando num sentido. Não único, mas unívoco. Desde a infância. Segundo (como se diz de um andamento ou de um painel): o tríptico dentro do tríptico das DUAS IRMÃS: a narrativa oblatória e clara da paixão sáfica. Ardente e casta. Sem falso pudor. Vergonha é não te amar. A oferenda lírica.Terceiro: não é coisa de rasgar como romance este romance. Assente na pedra do lar um prisma multifacetado e translúcido: o amor único, a palavra. A brisa do arado sobre a ara.» 

Maria Velho da Costa