sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

CLUBE DE LEITURA - FEVEREIRO

Ontem, pelas 21 horas, decorreu a sessão do Clube de Leitura de fevereiro, para a análise e discussão da obra "Um castelo em Ipanema" da brasileira Martha Batalha.

A narrativa, estruturalmente, não é linear, é até um pouco complexa, porque a autora recorre de forma inteligente, a analepses (interrupções cronológicas para esclarecer algo do passado) e a prolepses  (acontecimentos futuros). Esta é uma técnica recorrente neste romance, o que nos obriga a redobrar a atenção, porque a história se inicia no princípio do século XX, mais precisamente em 1904 e vai quase até à atualidade.

Trata-se de um romance leve, mas com alguma profundidade, de leitura fluída,  agradável e que até apetece ler de um fôlego.

Chega-nos o calor, a exuberância do Brasil e ao mesmo tempo o tom cinzento de duas das histórias dramáticas que atravessam o passar de um século, tem o tom lírico dos brasileiros, drama familiar, personagens marcantes no cenário carioca, mais precisamente em Ipanema, onde dá vontade de mergulhar na próxima oportunidade de uma viagem.

A situação política, económica e social  do Brasil durante este período de tempo também é muito bem retratado. Percorremos a história do Brasil do século XX, não faltando sempre as referências à poesia, à música, à célebre Garota de Ipanema, à Bossa Nova e, claro, ao Carnaval.

Curiosamente, o Castelinho de Ipanema existiu de verdade, tal como o cônsul sueco Johan Edward Jansson, que o mandou construir em 1904, assim como muitas das personagens.  

Assim, ao longo de 110 anos conhecemos um saga familiar imersa em história, construída com humor, ironia e sensibilidade. A riqueza e a complexidade dos múltiplos personagens criados pela autora permitem tratar de temas que se entrelaçam e definiram a sociedade brasileira nas últimas décadas, como o sonho da ascensão social, os ideais femininos e feministas, a revolução sexual, a reação ao golpe militar, a divisão de classes, a deterioração do país.

Um romance comovente sobre escolhas e arrependimentos, sobre a matéria granular da memória e as mudanças impercetíveis e irremediáveis do tempo.

 


 

 

 

 

 






quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

CLUBE DE LEITURA - FEVEREIRO

Com uma periodicidade mensal (à exceção de agosto), o Clube de Leitura destina-se a promover o prazer da leitura partilhada. As reuniões decorrem à volta de um livro previamente escolhido e lido por todos, proporcionando a convivência e a discussão entre quem gosta de ler e explorar os livros lidos, tornando a experiência da leitura ainda mais estimulante. Pontualmente poderá ter um escritor/dinamizador convidado.

O Clube de  Leitura reunirá a 25 de fevereiro de 2021, pelas 21h00, através do zoom, para a abordagem da obra "Um castelo em Ipanema" de Martha Batalha. 

 


 

Sinopse: Rio de Janeiro, 1968.

Estela, recém-casada, mancha com lágrimas e rímel a fronha bordada do seu travesseiro. Uma semana antes ela estava na festa de passagem de ano que marcaria de modo irremediável o seu casamento. Estela sabia decorar uma casa, receber convidados e preparar banquetes, mas não estava preparada para o que aconteceu nesse dia.

Setenta anos antes, Johan Edward Jansson conhece Brigitta também durante uma festa de passagem de ano, em Estocolmo. Casam-se, mudam-se para o Rio de Janeiro e constroem um castelo num lugar ermo e distante do centro, chamado Ipanema.

Em Um castelo em Ipanema, Martha Batalha conta-nos como essas duas festas de Ano Novo definem a trajetória dos Jansson ao longo de 110 anos. É uma saga familiar imersa em história, construída com humor, ironia e sensibilidade. A riqueza e a complexidade dos múltiplos personagens criados pela autora permitem tratar de temas que se entrelaçam e definiram a sociedade brasileira nas últimas décadas, como o sonho da ascensão social, os ideais femininos e feministas, a revolução sexual, a reação ao golpe militar, a divisão de classes, a deterioração do país.

Um romance comovente sobre escolhas e arrependimentos, sobre a matéria granular da memória e as mudanças impercetíveis e irremediáveis do tempo.

 

Quem é Martha Batalha? 

É licenciada em jornalismo com especialização em literatura, trabalhou nos principais jornais do Rio de Janeiro. Depois de alguns anos a trabalhar como repórter, abriu a sua própria editora, a Desiderata. Após a publicação de alguns best-sellers, Martha Batalha vende a editora e muda-se para Nova Iorque onde prossegue os estudos e obtém a bolsa Oscar Dystel para um mestrado em edição, área em que trabalha durante algum tempo antes de se dedicar à escrita.

A Vida Invisível de Eurídice Gusmão é o seu primeiro romance.
Martha vive em Santa Monica, Califórnia, com o marido e dois filhos.
Martha Batalha, licenciada em jornalismo com especialização em literatura, trabalhou nos principais jornais do Rio de Janeiro. Depois de alguns anos a trabalhar como repórter, abriu a sua própria editora, a Desiderata.

 Opiniões:

 

  • Um romance brasileiro à altura

Ana Carvalho | 12-11-2020

Estamos numa altura em que queremos romances leves, mas com profundidade. Martha Batalha traz-nos a luz e o calor do Brasil misturada com o cinzento de duas duas histórias dramáticas que contemplam o passar de um século numa história de família. Tem todos os ingredientes para resultar: um tom lírico muito próprio dos brasileiros, drama familiar, personagens marcantes e um cenário que nos transporta para Ipanema. A situação económica e política do Brasil está também bastante presente, como promete, e faz-nos transpor o oceano ao mergulhar nestas páginas. Gostei bastante.

  • O quentinho de Ipanema

ADias | 08-11-2020

Leitura muito fluida que nos dá vontade de largar tudo e ir até Ipanema. Lê-se de uma assentada. Recomendo.

 

O Castelinho de Ipanema existiu de verdade, tal como o cônsul sueco Johan Edward Jansson, que o mandou construir em 1904. 

Em 1919 foi comprado por Tonico Machado, que o revendeu à família Catão. Foi demolido na década de 1960 e no lugar dele foi construído um edifício.   

Na história do livro, o cônsul chega com a mulher ao Rio em fevereiro de 1901. Passa os primeiros meses no Hotel dos Estrangeiros, no Catete. Um domingo de maio vão fazer um piquenique em Copacabana, caminham até Ipanema e decidem que é aí que vão morar. 

O Castelo ficava muito perto do Arpoador, o rochedo que separa Copacabana de Ipanema. 

 


O final da construção em 1904

O Castelo de Ipanema em 1904

 

Praia do Arpoador (à esquerda) e da Praia do Diabo (à direita).

 

Foto atual com edifício construído no local onde outrora existia o Castelo.

 É bem visível o Arpoador.

 

Foto atual, com indicação do lugar onde se situava o Castelo. Vê-se ao fundo o Arpoador e para lá dele a praia de Copacabana.

 

No mapa abaixo podemos ver a localização dos vários bairros do Rio, com especial destaque para o Catete, onde o casal sueco se instalou quando chegou ao Rio e as praias de Copacabana e Ipanema. Também se vê o Jardim Botânico, que será referido mais adiante.  

https://www.google.com/maps/dir/Catete,+Rio+de+Janeiro+-+RJ,+Brasil/Ipanema,+Rio+de+Janeiro+-+RJ,+Brasil/@-22.9530797,-43.2431262,13z/data=!4m14!4m13!1m5!1m1!1s0x997f82ff1f7079:0x7585bd26b099ec18!2m2!1d-43.1807701!2d-22.9279602!1m5!1m1!1s0x9bd50ffe726191:0xbb0215da9c59a67b!2m2!1d-43.1985932!2d-22.984667!3e0


Catete to Ipanema

Find local businesses, view maps and get driving directions in Google Maps.

www.google.com

Um dia "as vozes" disseram a Brigitta: "Hoje é o dia em que Johan será engolido pelas pedras do Arpoador". (1ª parte, cap. 2) Saiu à procura do marido mas ele não apareceu.   

 

  

http://www.famososquepartiram.com/2012/07/laura-alvim.html

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLJVnHLLnZQIHdxT87A3CJMfOSGQgMd-fBHzirj0LoDUIgZOIuS6EiGvD3_980Bdxi3gK9jIiLad5flbI8hOYEMZuCxT-7LAEWIfQYnAevNBDAdor7BbQKdp9_SOk-Q976WaXgKkrdLn8/w1200-h630-p-k-no-nu/Laura+Alvim+1a.jpg

Laura Alvim - Famosos Que Partiram

Famosos Que Partiram reúne num único espaço informações sobre brasileiros e naturalizados já falecidos, em todas as áreas e segmentos!

www.famososquepartiram.com

Nas duas primeiras fotos está o palacete Alvim em fotos da década de 1950, ladeada por habitações relativamente baixas.

 

A terceira foto é atual e mostra o palacete transformado em Casa de Cultura Laura Alvim, já cercada de edifícios mais elevados. 

 

No mapa abaixo é possível ver a localização da Casa de Cultura Laura Alvim, mesmo em frente à praia. 

https://www.google.com/maps/place/Ipanema,+Rio+de+Janeiro+-+RJ,+Brasil/@-22.9854422,-43.2011028,16z/data=!4m5!3m4!1s0x9bd50ffe726191:0xbb0215da9c59a67b!8m2!3d-22.984667!4d-43.1985932

Ipanema

Rio de Janeiro - State of Rio de Janeiro, Brazil

www.google.com

 

Cap. 7, segunda parte (p. 149):

Estela não iria dizer "Vai Tavinho, vai ser gauche na vida"

Esta fala de Estela, a autora vai buscá-la a um poema de Carlos Drummond de Andrade, o Poema de sete faces, in Alguma Poesia, 1930.

Poema de Sete Faces

Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.

As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.

O bonde passa cheio de pernas:
pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
Porém meus olhos
não perguntam nada.

O homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos, raros amigos
o homem atrás dos óculos e do bigode,

Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus
se sabias que eu era fraco.

Mundo mundo vasto mundo,
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.

Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.

Lemos no Clube um livro onde o autor usava também versos deste poema. Os versos eram "Mundo mundo vasto mundo, se eu me chamasse Raimundo", mas já não me recordo qual era a obra nem o autor. Alguém tem ideia? Só os versos me ficaram na memória.

cap. 11, segunda parte (p.204)

Beto foi torturado, mas em vez de colaborar com os torturadores perguntou o que vinha depois de "céu de puríssimo azul".

Esse verso faz parte do "Hino à Bandeira do Brasil", apresentado pela primeira vez em 1906, depois da criação da nova bandeira, a seguir à proclamação da República em 1889. A letra é de Olavo Bilac, a música de António Francisco Braga.   

 https://youtu.be/RzFtkbqqwxU

https://blogger.googleusercontent.com/img/proxy/AVvXsEgKztOHuv3R_1YbVmT0RC_V4Nem15fOP-DNopEY81TnDbYafIulcsnylT9j_1muNmyKEKO8TQwOFKfxyiyWgI3UkstsxZZrsndJA1aYvm86BworT_L486Vpc8XPul6weCvcuWrqeDd8-xA1Bo_GhvLpPCEcrA=s0-d-e1-ft

Hino à Bandeira Nacional

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https://youtu.be/RzFtkbqqwxU

cap. 12, segunda parte,  (p. 211)

Estela e Tavinho iam ao Jardim Botânico com os filhos, "um lago de vitórias-régias adiante".

 

cap.15, segunda parte, (p. 253)

 

Estela e Tavinho foram ao Jardim Botânico com os filhos. E encontraram Beto com Maria Lúcia. 

 

O Jardim Botânico foi fundado por D. João VI em 1808, quando a corte portuguesa se transferiu para o Brasil. Nele existe um lago chamado Frei Leandro, que foi seu diretor entre 1824 e 1829. Este lago destaca-se pela presença de vitórias-régias, típicas da região amazónica. Esta planta tem uma folha em forma de círculo, com bordas levantadas até 13 cm, que fica sobre a superfície, pode chegar até 2,5 m. de diâmetro e suportar até 40 kg. Dá uma flor que pode ser branca, lilás, rosa e até amarela. O nome foi uma homenagem de um botânico inglês à rainha Vitória.  

 



  O Bar Veloso é mencionado por várias vezes no livro.

 2ª parte, cap 2, pág. 108:

 "O bobó de camarão do Veloso"

 

2ª parte, cap 3, p. 112:

"Tinha preguiça de ficar na fila de espera no Veloso, só porque todo o mundo fazia". 

2ª parte, cap. 3, p. 115:

"Maria Lúcia sempre dera muito nas vistas, até dançar em cima das mesas do Bar Veloso, uma vez fez xixi num balde de gelo": 

2ª parte, cap. 6, p. 141:

 

"Estela concluiu os estudos no ano em que os pais anunciaram a mudança para Ipanema. Venderam a pensão e compraram um apartamento na rua Montenegro, frente ao Bar Veloso, muito concorrido nas noites de sábado. Estela espreitava da janela do quarto, queria ser como as mulheres que via no Bar".

Este bar funcionou com este nome de 1945 a 1967. Era muito frequentado por Vinicius de Morais e Tom Jobim  e foi aqui que eles compuseram a famosa canção "Garota de Ipanema". A canção foi inspirada em Heloísa Eneida Menezes Paes Pinto (agora conhecida como Helô Pinheiro), uma garota de dezassete anos que vivia na Rua Montenegro em Ipanema. Diariamente, ela passava pelo bar-café Veloso a caminho da praia. Às vezes, entrava no bar para comprar cigarros para a mãe. No inverno de 1962, os compositores viram a garota passar pelo bar e inspirados nela compuseram a canção.

 


 


13 anos depois, em 1975, o Bar foi comprado por um português de Bustos (Oliveira do Bairro), chamado Manuel Peralta Capão, seu proprietário até hoje. O nome mudou para Bar Garota de Ipanema e a rua Montenegro também mudou de nome, passou a chamar-se Rua Vinicius de Morais. No interior há um painel que reproduz a partitura da canção numa parede. O Bar é muito visitado por turistas. 


 http://bomdiaipanema.com.br/2018/04/27/estabelecimentos-em-ipanema-perpetuam-legado-da-bossa-nova-que-completa-60-anos/

 


2ª parte, cap 3

No fim de 1967, Estela e Tavinho são convidados para uma festa de réveillon por Maria Lúcia, na casa de Luiz e Heloísa Buarque de Holanda. 

 

2ª parte, cap 4

 

Este capítulo é dedicado à descrição do réveillon da Helô (diminutivo de Heloísa). A casa da festa era na Tijuca. Durante a festa, Maria Lúcia é agredida pelo marido com uma bofetada.

Este réveillon existiu de facto e ficou famoso no Rio de Janeiro. Foi promovido pelo casal de intelectuais Luiz e Heloísa Buarque de Hollanda, na sua casa da Tijuca. Heloísa tinha 29 anos e era professora de Literatura e Cinema na Universidade. O marido, primo direito de Chico Buarque, era advogado. Entre os convidados também esteve a atriz, roteirista e colunista Maria Lúcia Dahl, casada com o cineasta Gustavo Dahl. Segundo dizem os contemporâneos, Maria Lúcia era de uma beleza estonteante e a sua chegada à festa é descrita nestes termos: "Maria Lúcia chegou como uma aparição, a "princesa", como era conhecida. Os cabelos louros em cachos, calça de seda preta pata de elefante, uma blusa de  croché prateada sobre um collant cor de carne, dando uma ilusão de nudez dos seios". Apesar de terem "um casamento aberto", o marido não gostou de a ver dançar com outro homem, puxou-a por um braço e deu-lhe uma sonora bofetada, deixando-a a sangrar. O casamento terminou logo após este incidente. Estas pessoas existiram de facto e estes factos aconteceram de verdade. A autora ter-se-á pois inspirado neles para escrever a sua obra. 

 

http://rhistoriandoz.blogspot.com/2018/01/o-rito-de-passagem-ou-festa-na-casa-da.html

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSRc2VRA94XvZ8xBN6sDsxEWOVFbLpHTikD9LkByUEZyCakWfz4qXeBmNjeCA1DlgOtfhEoZMz9HrswTQcAuzDyuKwiQKWHPnAUlAeRD9CA3U3pNrRQPwJw3yRfmzDj-L0J-fA7jLXwRN2/w1200-h630-p-k-no-nu/Heloisa-01.jpg

Genuíno Interesse: O RITO DE PASSAGEM ou A FESTA NA CASA DA HELÔ - Blogger

O Rio de Janeiro já foi Capital Federal, até que Brasília lhe tirasse o título (mas não a "majestade"). E, naquele Réveillon de 67 para 68, o Rio de Janeiro deveria ser a sede das principais festas do país, ou ao menos a que atraía a intelectualidade, os políticos e os nomes clássicos, das famílias "de colunas sociais".

rhistoriandoz.blogspot.com

Umas mais conhecidas que outras. Se encontrarem mais além destas, queiram fazer o favor de as acrescentar à lista.

 

  • camisola (16) camisa de noite

  • coques (24) carrapitos, totós

  • pipas (24) papagaios de papel

  • banguela (25) desdentado

  • bisnaga (33) pão comprido semelhante ao cacete

  • criado-mudo (54) mesinha de cabeceira

  • filó (54) tule

  • catapora (65) varicela

  • quadra de bocha (69) campo de boccia

  • biriba (70) jogo de cartas parecido com a canastra

  • sinuca (70) snooker

  • totó (70) matraquilhos

  • tirar um fino (73) passar uma tangente (diz-se de um veículo, quando passa muito rente a outro)

  • helanca (75) lycra

  • bloco (75) grupo de pessoas que desfilam no Carnaval com a mesma fantasia

  • é o cacete! (75) é chato! (é do cacete = é sensacional)

  • gibi (79) revista de banda desenhada (foi o nome de uma revista de BD lançada em 1933, com o tempo virou sinónimo de BD)

  • quibe (82) bolinho de carne moída e trigo, típico do Médio Oriente

  • voal (82) voile (fr)

  • sobrado (84) residência com 2 ou mais andares (o equivalente a duplex ou triplex)

  • quentão (91) bebida quente feita com vinho tinto, cachaça e açúcar

  • vasos (sanitários) (93) sanitas

  • cafona (94) piroso, parolo, pindérico

  • catupiry (98) marca brasileira de queijo creme

  • quitutes (98) petiscos

  • cavanhaque (103) pêra ou barbicha (o nome vem de um general de Napoleão, Louis-Eugène Cavaignac)

  • batata-baroa (106) batata com massa mais amarela que a comum e mais comprida, tipo cenoura. Espécie de mandioca.

  • borocoxô (126) desanimado, tristonho, aborrecido

  • babados (132) folhos

  • amarelinha (134) jogo da macaca

  • mamãe posso ir? (135) jogo de "Mamã dá licença?"

  • apontador (136) afia-lápis

  • toró (146) tromba d'água

  • figurinha de bafo (150) bafo é nome de um jogo infantil, joga-se com cromos (figurinhas)

  • caninha (164) aguardente de cana, cachaça, pinga

  • penhoar (166) do francês "peignoir", roupão, robe

  • garçonnière (167) do francês, pequeno apartamento geralmente destinado a encontros amorosos

  • uma média (174) um galão (café com leite servido em copo)

  • gola rulê (175) gola alta (do francês "à col roulé")

  • trombadinha (190) criança ou jovem da rua, delinquente, que empurra as vítimas para as roubar (trombada=encontrão)

  • bobes (190) rolos de cabelo

  • rissoles (191) rissóis

  • camisinhas de pagão (193) pagão é o nome dado ao conjunto de 3 peças para bebé (calça, camisola sem mangas e casaquinho)

  • bicho-de-pé (203) bitacaia, matacanha  

  • vitória-régia (211) planta aquática típica da Amazónia, a folha pode atingir 2,5 mt de diâmetro

  • sunga (211) calção de banho

  • cobertura (211) apartamento no último andar de um prédio, normalmente com terraço

  • munhecas (214) pulsos

  • muxoxo (227) estalido com a língua para mostrar desprezo ou desagrado

  • terno (244) fato de homem

  • flanelinha (244) arrumador de carros. O nome vem do uso (em decadência) de uma flanela para limpar os vidros dos carros.

  • polichinelo (249) exercício físico que consiste em saltar abrindo as pernas e os braços ao mesmo tempo (=jumping jack)

  • tomara que caia (259) caicai (falando de um vestido ou blusa)

  • quitinete (264) kitchnette, estúdio 

  • birita (266) aguardente de cana, cachaça, caninha

  • xícara (276) chávena

 

 

 

 

ª parte, capítulo 7, pág. 151:

 

Tavinho decide ligar a Maria Lúcia. Sobre esta conversa, a autora refere no final do livro, nos agradecimentos (pág. 286): 

 

"Outra fonte foi um trecho da música "Sinal Fechado" de Paulinho da Viola, transformado em fala de Maria Lúcia ao se despedir em uma ligação com Tavinho".

 

 

 

Paulinho da Viola tinha 27 anos quando subiu ao palco do Teatro Record, em S. Paulo, em 6 de dezembro de 1969, para defender a sua canção "Sinal Fechado", na grande final da 5ª edição do Festival da Música Popular Brasileira, em que ganharia o 1º lugar.

 

A letra reproduz um diálogo entre 2 velhos amigos que não se vêem há algum tempo e se encontram no trânsito da cidade, enquanto o semáforo está fechado. "Olá, como vai?", "Eu vou indo e você, tudo bem?". A conversa é apressada pelo sinal que vai abrir. "Precisamos nos ver por aí", "Pra semana, eu prometo, talvez nos vejamos, quem sabe". 

 

Anos depois, em 1974, Chico Buarque lançou-a no seu álbum com o mesmo nome, "Sinal Fechado". Como tinha todas as suas canções vetadas, Chico Buarque gravou este disco só com músicas de outros compositores. 

 

A canção só foi reconhecida pelo público quando Chico a gravou. Muita gente achava até que era dele. Paulinho da Viola disse numa entrevista: «Quando eu a cantava em show, as pessoas perguntavam "ué, mas essa música não é do Chico?"»

 

A canção é muito bonita e já foi cantada por vários intérpretes. Não resisto a mandar, em 3 versões:

 

-uma do Chico

 

-outra do Chico com a Maria Bethânia

 

-outra do Toquinho com uma cantora que eu não conhecia, de nome Badi Assad, versão que achei lindíssima. 

 

 

https://youtu.be/gilVzXfjeLI

https://blogger.googleusercontent.com/img/proxy/AVvXsEhgmA_c-gOJGDROohHFPoRqwxRnELcQR21Pt5c6ugr2eRsqLjOqx6MfgCafaJ6dGy0dlGu35zpeeVZhn6vSmO192scAPGWeaUU0GEp5I90P6yB6ixqef17CPhYwXCzdvDsA63Eozn4-F3N59l1cXzeY-fnF8A=s0-d-e1-ft

Sinal Fechado

Provided to YouTube by Universal Music GroupSinal Fechado · Chico BuarqueSinal Fechado℗ 1974 Universal Music LtdaReleased on: 1974-01-01Composer Lyricist: P...

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 https://youtu.be/q3cUrs1sqDI

https://blogger.googleusercontent.com/img/proxy/AVvXsEhRBwgndGj4ixqVW0Mz1d5kQZsxCSpNFzrIV8LrQNWZe4S-vCYiCtJQK7wFnPF-Oqx9Ubpjwbv7QH60KNbdHQ9bmA1r8QDE-3lXT8wO80vonNG_nEsvFZOE8J4V7UmNsiKaQ-o9xtHZxl1zgIqYN7gWHfwQ5Q=s0-d-e1-ft

Sinal Fechado (Live 1975)

Provided to YouTube by Universal Music GroupSinal Fechado (Live 1975) · Chico Buarque · Maria BethâniaChico Buarque & Maria Bethania℗ 1975 Universal Music Lt...

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https://youtu.be/8umSIqE9BHg

https://blogger.googleusercontent.com/img/proxy/AVvXsEiJ2Fs_CkNbLXsD6xuEH238H_d0Mf-OKlRKB4DB3nK0bvbD4OqJ3DqfN2k7zu3E7onlKF0y-BaW34lxKwR399Q2dk3sBsc8y-GuLk8cId5xKpRdfWpiAard95e4zb59nMukvInL9-fhDKHroinBkU9pb4yFuQ=s0-d-e1-ft

#04 QUARTODIMENSÃO: Badi Assad / Toquinho - Sinal Fechado (Paulinho da Viola)

Toquinho tem sido um grande amigo desde quando nos conhecemos, há anos! Já tive o privilégio de viajar com ele e sua banda pelos mais lindos palcos da Itália...

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 E, ainda,


Música - "Vem Morena - que era cantada nas Serenatas a Laura do livro "Um castelo em Ipanema....bem brasileira"

 

https://youtu.be/5xzWr1iYE2k