terça-feira, 9 de novembro de 2021

CLUBE DE LEITURA - NOVEMBRO

Com uma periodicidade mensal (à exceção de agosto), o Clube de Leitura destina-se a promover o prazer da leitura partilhada. 

As reuniões decorrem à volta de um livro previamente escolhido e lido por todos, proporcionando a convivência e a discussão entre quem gosta de ler e explorar os livros lidos, tornando a experiência da leitura ainda mais estimulante. Pontualmente poderá ter um escritor/dinamizador convidado.



O Clube de Leitura reunirá a 25 de novembro, pelas 21h00, para a abordagem da obra "A sala magenta" de Mário de Carvalho.

Sinopse: Paixão, luxúria e erotismo. Raiva, crueldade e regelo. Dois tempos. O presente, numa casa na floresta, perto da Lagoa Moura, onde pena Gustavo Miguel Dias, um cineasta em fim de carreira, lambendo as suas feridas e rememorando tempos gloriosos. O passado, impante na capital. As festas. O álcool. Os quartos de hotel. O rol interminável de mulheres e amantes. E aquela sala magenta, duma tal Maria Alfreda, antecâmara da felicidade, conchego alcatifado, jogo perverso entre o desdém, o apaziguamento e a ameaça.

Quem é Mário de Carvalho?

Nasceu em Lisboa em 1944. Licenciou-se em Direito e viu o serviço militar interrompido pela prisão. Desde muito cedo ligado aos meios da resistência contra o salazarismo, foi condenado a dois anos de cadeia, tendo de se exilar após cumprir a maior parte da pena. Depois da Revolução dos Cravos, em que se envolveu intensamente, exerceu advocacia em Lisboa. O seu primeiro livro, Contos da Sétima Esfera, causou surpresa pelo inesperado da abordagem ficcional e pela peculiar atmosfera, entre o maravilhoso e o fantástico.

Desde então, tem praticado diversos géneros literários – Romance, Novela, Conto, Ensaio, Crónica e Teatro –, percorrendo várias épocas e ambientes, sempre em edições sucessivas. Utiliza uma multiforme mudança de registos, que tanto pode moldar uma narrativa histórica como um romance de atualidade; um tema dolente e sombrio como uma sátira viva e certeira; uma escrita cadenciada e medida como a pulsão de uma prosa endiabrada e surpreendente.

Nas diversas modalidades de Romance, Conto, Crónica e Teatro, foram atribuídos a Mário de Carvalho os prémios literários mais prestigiados (designadamente os Grandes Prémios de Romance e Novela, Conto e Teatro da APE, o prémio do Pen Clube Português e o prémio internacional Pégaso de Literatura). Em 2020, foi distinguido com o Grande Prémio da Crónica e Dispersos Literários, da APE, pela obra O que Eu Ouvi na Barrica das Maçãs. Os seus livros encontram-se traduzidos em várias línguas.

Obras como Os Alferes, A Inaudita Guerra da Avenida Gago Coutinho, Um Deus Passeando pela Brisa da Tarde, O Varandim seguido de Ocaso em Carvangel, A Liberdade de Pátio ou Epítome de Pecados e Tentações são a comprovação dessa extrema versatilidade.


CRÍTICAS DE IMPRENSA

«Ler Mário de Carvalho deixou de ser uma simples aventura na linguagem: passou a ser uma expedição. O que lhe devemos é já demasiado para caber num texto de jornal.»

Joel Neto, Diário de Notícias


MÁRIO DE CARVALHO EM BOA HORA REEDITADO
F.T.

Não aconselhável a quem não gosta da língua portuguesa.


PARA QUEM GOSTA DE LER
Elizabete Alves

Uma escrita inteligente que nos apraz ler. Uma história de vida que não é de modo nenhum impossível nem excecional. Em certos aspetos absolutamente banal , real e atual, com todas as inseguranças , os arrependimentos , as agonias a que os seres humanos estão sujeitos ao longo da vida. Gostei de ler, mas não será uma leitura inesquecível.


VALE A PENA LER!
S.

Um dos livros que mais gostei do Mário de Carvalho, a seguir a "Um Deus passeando pela brisa da tarde". Vale a pena ler!


Excertos:

capítulo IV (pág. 62)

"Cristina vestia-se muito rapidamente, deixava-se ficar à cabeceira da cama, com as mãos atrás da nuca, numa pose de Maja Vestida, com um ar de ligeiro enfado..."

capítulo VI (pág. 82)

"Num fim de tarde, no quarto de pensão, Gustavo perguntou a Cristina, estando ela na sua posição de Maja, meio atravessada na cama, os braços cruzados atrás da cabeça..."  


"A Maja Vestida" é uma das mais célebres obras de Francisco Goya, pintor espanhol (1746 - 1828), a par de "A Maja Nua". "A Maja Nua" foi pintada entre 1790 e 1800. "A Maja vestida" é posterior, foi pintada entre 1802 e 1805. 

Os quadros foram encomendados por Manuel de Godoy, primeiro-ministro do rei Carlos IV e supõe-se que a modelo foi a andaluza Pepita Tudó, sua amante e mais tarde esposa. Figuravam ambos numa sala da sua residência, a vestida sobre a nua, que ficava a descoberto mediante um mecanismo próprio. 

Desde 1910, as duas obras encontram-se em exposição no Museu do Prado, em Madrid. 






capítulo VIII, pág. 101

Gustavo trauteou Madamina, il catalogo è questo...Norma, sem compreender a alusão, olhou-o desconfiada.



"Madamina, il catalogo è questo", é o nome de uma ária da ópera "Don Giovanni", estreada em 1787. É uma ópera em 2 atos, com música de Mozart e libreto do autor italiano Lorenzo da Ponte. Don Giovanni é um nobre que seduz as donzelas, promete-lhes casamento e depois abandona-as. Esta ária é cantada pelo servo de Don Giovanni, Leporello, para Donna Elvira. Donna Elvira é uma nobre de Burgos, que foi seduzida e abandonada por Don Giovanni. Leporello aconselha Donna Elvira a esquecer Don Giovanni, mostrando-lhe uma lista de todas as amantes do seu amo, no total mais de 2000. 

É uma das árias mais famosas de Mozart, também conhecida como "a ária do catálogo" e há imensas interpretações. 

Esta versão é interpretada por Ferruccio Furlanetto, um baixo italiano, na Ópera Metropolitana.



  

Sem comentários:

Enviar um comentário