domingo, 3 de novembro de 2024

CLUBE DE LEITURA - NOVEMBRO

Com uma periodicidade mensal (à exceção de agosto), o Clube de Leitura destina-se a promover o prazer da leitura partilhada. 

As reuniões decorrem à volta de um livro previamente escolhido e lido por todos, proporcionando a convivência e a discussão entre quem gosta de ler e explorar os livros lidos, tornando a experiência da leitura ainda mais estimulante. Pontualmente poderá ter um escritor/dinamizador convidado.

O Clube de Leitura reunirá a 28 de novembro, pelas 21h00.

O livro selecionado será "A máquina de Joseph Walser"de Gonçalo M. Tavares.


Sinopse: No romance A Máquina de Joseph Walser, pertencente à série O Reino, o protagonista, Joseph Walser, trabalhador modesto numa fábrica e colecionador obsessivo de pequenas peças metálicas, vai sobrevivendo à violência da guerra e à vida familiar deprimente, com uma apatia que, por vezes, de longe, parece uma espécie de sabedoria.


O seu corpo sobrevive às traições, que comete e que sobre ele são cometidas, e resiste às bombas, mas diante da máquina de trabalho o seu corpo cede, não resiste. Mas ainda assim sobrevive. Joseph Walser é um sobrevivente.

 

Quem é Gonçalo M. Tavares?

É o autor de uma vasta obra que está a ser traduzida em mais de sessenta países. A sua linguagem em rutura com as tradições líricas portuguesas e a subversão dos géneros literários fazem dele um dos mais inovadores escritores europeus da atualidade. Recentemente, Le Quartier (O Bairro), de Gonçalo M. Tavares, recebeu o prestigioso Prix Laure-Bataillon 2021, atribuído ao melhor livro traduzido em França, sucedendo assim à Nobel da Literatura Olga Tokarczuk, que recebeu este prémio em 2019, e ao escritor catalão Miquel de Palol. Ainda em 2021, O Osso do Meio foi também distinguido no Oceanos, um dos mais relevantes prémios de língua portuguesa. De entre a sua vasta bibliografia, vinte e duas das suas obras já foram distinguidas, em diversos países. Foi seis vezes finalista do prémio Oceanos, tendo sido premiado três vezes. Foi ainda duas vezes finalista do Prix Médicis e duas vezes finalista do Prix Femina, entre outras distinções de relevo, como o Prix du Meilleur Livre Étranger em 2010. Saramago vaticinou-lhe o Prémio Nobel. Vasco Graça Moura escreveu que Uma Viagem à Índia dará ainda que falar dentro de cem anos. A The New Yorker afirmou que, tal como em Kafka e Beckett, Gonçalo M. Tavares mostrava que a «lógica pode servir eficazmente tanto a loucura como a razão».


CLUBE DE LEITURA - OUTUBRO

Na passada quinta-feira, dia 31 de outubro, pelas 21h00, decorreu a sessão do Clube de Leitura, para a análise e discussão da obra "À espera no centeio" de Jerome David Salinger (1918-2010).

No mês em que se comemora o 12º aniversário do Clube de Leitura, por coincidência foi selecionada esta obra que nos remete para o universo de um adolescente, em plenos anos 50, nos EUA. 

Salinger já tinha publicado vários contos e novelas, mas foi com este romance que se revelou um "exímio contista", obtendo um sucesso imediato, o que o tornou famosíssimo, e a obra começa fazer parte dos grandes clássicos da literatura universal, influenciando gerações até aos dias de hoje.

Depois deste sucesso, Salinger tornou-se um pouco eremita, chegando a construir um escritório numa espécie de bunker, onde se refugiava para escrever, chegando a declarar que publicar era uma invasão da sua privacidade, dado que muita da sua escrita é autobiográfica.

Salinger pretende retratar as angústias, inseguranças e as questões complexas da adolescência. As personagens são quase sempre os inadaptados que não se conseguem integrar na sociedade, que têm dificuldade em adaptar-se às regras, às instituições ou à família e à incompreensão pelo universo dos adultos. Aproveita também de forma hábil fazer uma crítica à superficialidade e falsidade da sociedade.

A técnica narrativa é quase coloquial, recorrendo à linguagem usada na oralidade e à gíria, por vezes excessivamente repetitiva, de uma forma sarcástica, de língua afiada, no entanto revelando uma sensibilidade fora do comum.

Durante a leitura deste obra, que foi ícone da rebelião de muitos adolescentes, revivemos através de Holden Caufield uma fase de muita inocência, a procura de uma identidade, lidamos com a perda, com a revolta e com a importância da conexão com universo e os outros.