Na passada quinta-feira, dia 31 de outubro, pelas 21h00, decorreu a sessão do Clube de Leitura, para a análise e discussão da obra "À espera no centeio" de Jerome David Salinger (1918-2010).
No mês em que se comemora o 12º aniversário do Clube de Leitura, por coincidência foi selecionada esta obra que nos remete para o universo de um adolescente, em plenos anos 50, nos EUA.
Salinger já tinha publicado vários contos e novelas, mas foi com este romance que se revelou um "exímio contista", obtendo um sucesso imediato, o que o tornou famosíssimo, e a obra começa fazer parte dos grandes clássicos da literatura universal, influenciando gerações até aos dias de hoje.
Depois deste sucesso, Salinger tornou-se um pouco eremita, chegando a construir um escritório numa espécie de bunker, onde se refugiava para escrever, chegando a declarar que publicar era uma invasão da sua privacidade, dado que muita da sua escrita é autobiográfica.
Salinger pretende retratar as angústias, inseguranças e as questões complexas da adolescência. As personagens são quase sempre os inadaptados que não se conseguem integrar na sociedade, que têm dificuldade em adaptar-se às regras, às instituições ou à família e à incompreensão pelo universo dos adultos. Aproveita também de forma hábil fazer uma crítica à superficialidade e falsidade da sociedade.
A técnica narrativa é quase coloquial, recorrendo à linguagem usada na oralidade e à gíria, por vezes excessivamente repetitiva, de uma forma sarcástica, de língua afiada, no entanto revelando uma sensibilidade fora do comum.
Durante a leitura deste obra, que foi ícone da rebelião de muitos adolescentes, revivemos através de Holden Caufield uma fase de muita inocência, a procura de uma identidade, lidamos com a perda, com a revolta e com a importância da conexão com universo e os outros.
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