sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Clube de Leitura de fevereiro

Ontem, pelas 21 horas decorreu mais um encontro dos membros do Clube de Leitura, que desta vez conversaram sobre a obra mais recente de Valter Hugo Mãe "A desumanização".

Esta obra remete-nos para a distante Islândia, zona geológica das mais recentes do planeta,  terra de Trolls e de Elfos, de cantores e contadores de histórias, com paisagens vulcânicas e glaciares, de noites e dias sem fim, de auroras boreais e de céus dramáticos, de montanhas coloridas e de praias monocromáticas, de fogo e de gelo.

A paisagem inóspita e agressiva é o ponto de partida para justificar o deambular destes seres humanos tão complexos, de vivências plurais mas ao mesmo tempo afogados numa imensa solidão.

Foi consensual que o livro é um lamento de uma infinita tristeza sobre as angústias da vida e da morte, descritas de uma forma grotesca e ao mesmo tempo sublime, rico em metáforas e de característica poética, em que a certa altura a poesia é definida como "a linguagem segundo a qual deus escreveu o mundo" ou ainda na comparação do mar a um "diamante líquido".

Não faltam ainda várias referência a livros e à leitura em que "Os livros eram ladrões. Roubavam-nos do que nos acontecia. Mas também eram generosos. Ofereciam-nos o que não nos acontecia".

No final o autor confessa "que este livro é uma declaração de amor esquisita, mas é a mais sincera declaração de amor aos fiordes do oeste islandês".

Obrigada VHM por nos teres proporcionado não só uma viagem à Islândia mas também à misteriosa aventura aos mais recônditos recantos dos seres humanos.


"A Islândia pensa"
"A Islândia é temperamental"
"imatura como as crianças, mimada"
"Tem uma idade geológica pueril"
"É, no cômputo do mundo, infante."
"Por viver a infância, decide com muito erro, agressiva e exuberantemente"
"A Islândia era uma caldeira, uma panela de pedra sobre uma caldeira"
..."os vulcões em erupção eram montanhas voadoras que alavam"...




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