terça-feira, 2 de maio de 2017

CLUBE DE LEITURA - MAIO

Sinopse: A Roménia, sob o jugo do ditador Nicolae Ceausescu, atravessa um dos piores períodos da sua história, com a população a enfrentar a fome e dominada pelo terror. Seguindo as orientações do Presidente para a criação de um exército do povo no qual os soldados seriam treinados desde crianças, Paul, um ambicioso funcionário do partido, decide levar de casa o filho de três anos e entregá-lo aos cuidados do Estado. Quando a mãe se apercebe do desaparecimento do pequeno Drago, o desespero já não a abandonará, bem como o firme desejo de acabar com a vida do marido.
Correndo riscos tremendos, Nadia não desistirá, porém, de procurar o menino, ainda que para isso tenha de forjar uma nova identidade, de fazer falsas denúncias, de correr os orfanatos cujas imagens terríveis chocaram o mundo e até de integrar uma rede que transporta clandestinamente crianças romenas seropositivas para o Ocidente. Mas será que o seu sofrimento pode ser apaziguado enquanto Paul for vivo? Enquanto o ditador for vivo?

Quem é Ana Cristina Silva?
 


Ana Cristina Silva nasceu em Lisboa e é docente universitária no ISPA-IU. Doutorada em Psicologia da Educação. Escreveu até ao momento dez romances: Mariana, Todas as Cartas (2002), A Mulher Transparente (2003), Bela (2005), À Meia-luz (2006), As Fogueiras da Inquisição (2008), A Dama Negra da Ilha dos Escravos (2009), Crónica do Rei-Poeta Al-Mu’Tamid (2010), Cartas Vermelhas (2011, selecionado como Livro do Ano pelo jornal Expresso e finalista do Prémio Literário Fernando Namora), O Rei do Monte Brasil (2012, finalista do Prémio SPA/RTP e do Prémio Literário Fernando Namora, e vencedor do prémio Urbano Tavares Rodrigues) e A Segunda Morte de Anna Karénina (2013, finalista do Prémio Literário Fernando Namora). 
Opiniões:
Gosto muito da escrita de Ana Cristina Silva e confesso que as minhas expectativas para esta leitura eram muito elevadas! Talvez por isso tivesse achado que este livro poderia ser maior. Passo a explicar melhor.
Sou fã da Ana Cristina. Creio que o primeiro livro que li foi As Fogueiras da Inquisição. Seguiram-se Cartas Vermelhas e A Segunda Morte da Ana Karenina. Adorei todos. Li também O Rei do Monte Brasil.
A Noite Não é Eterna conquistou-me pela capa que achei fantástica. A história passa-se em Bucareste, na Roménia, no tempo de Ceausescu. O ambiente está descrito em conformidade com o terror vivido nessa altura. A fome e o medo das denúncias são uma constante na vida dos seus habitantes. Para Nádia, porém, o verdadeiro terror surge quando o seu marido, um quadro do partido, entrega o filho de ambos ao cuidado do Estado, para ser criado e educado pelo partido, pois até então vivera sempre um pouco protegida dos horrores que se viviam.
São situações contadas pela autora que transmitem com muita veracidade o que na realidade se passava na Roménia sob o jugo desse ditador. Nádia incansavelmente procura seu filho e é nessa busca que abre os olhos para tudo o que se vivia nos orfanatos de então. Encontrará ela o seu menino? Poderá fazer alguma coisa para o libertar?
Bem escrito, como seria de esperar, este romance transporta-nos para uma época da qual conhecemos alguns factos e que, com os personagens ficcionados pela autora, conseguimos visualisar na perfeição. Pena que tivesse só duzentas páginas...
Terminado em 27 de Março de 2016

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