terça-feira, 2 de julho de 2019

CLUBE DE LEITURA - JULHO


Com uma periodicidade mensal (à exceção de agosto), o Clube de Leitura destina-se a promover o prazer da leitura partilhada. As reuniões decorrem à volta de um livro previamente escolhido e lido por todos, proporcionando a convivência e a discussão entre quem gosta de ler e explorar os livros lidos, tornando a experiência da leitura ainda mais estimulante. Pontualmente poderá ter um escritor/dinamizador convidado.




Livro indicado: "O princípio de Karenina" de Afonso Cruz

Data: 25 julho, 21h00 às 22h00

Sinopse:Um pai que se dirige à filha e lhe conta a sua história, que é a história de ambos, revelando distâncias e aproximando-se por causa disso, numa entrega sincera e emocional.

Uma viagem até aos confins do mundo, até ao Vietname e Camboja, até ao território que antigamente se designava como Cochinchina, para encontrar e perceber aquilo que está mais perto de nós, aquilo que nos habita. Um pai que ergue muros de silêncio, uma mãe que faz arco-íris de música, uma criada quase tão velha como o Mundo, um amigo que veste roupas de mulher, uma amante que carrega sabores e perfumes proibidos. São estas algumas das inesquecíveis personagens que rodeiam este homem que se dirige à filha, que testemunham - ou dificultam - essa procura do amor mais incondicional.

Uma busca que nos leva a todos a chegar tão longe, para lá de longe, para nos depararmos connosco, com as nossas relações mais próximas, com os nossos erros, com as nossas paixões, com as nossas dores e, ao somar tudo isto, entre sofrimento e júbilo, encontrar talvez felicidade.

Quem é Afonso Cruz?

Além de escritor, Afonso Cruz é também ilustrador, cineasta e músico da banda The Soaked Lamb. Nasceu em 1971, na Figueira da Foz, e viria a frequentar mais tarde a Escola António Arroio, em Lisboa, e a Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, assim como o Instituto Superior de Artes Plásticas da Madeira e mais de cinquenta países de todo o mundo. Já conquistou vários prémios: Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco 2010, Prémio Literário Maria Rosa Colaço 2009, Prémio da União Europeia para a Literatura 2012, Prémio Autores 2011 SPA/RTP; Menção Especial do Prémio Nacional de Ilustração 2011, Lista de Honra do IBBY – Internacional Board on Books for Young People, Prémio Ler/Booktailors – Melhor Ilustração Original, Melhor Livro do Ano da Time Out 2012 e foi finalista dos prémios Fernando Namora e Grande Prémio de Romance e Novela APE e conquistou o Prémio Autores para Melhor Ficção Narrativa, atribuído pela SPA em 2014. 

Crítica:

Mais uma fantástica obra 

Sou fã das obras de Afonso Cruz e, sinceramente, quando comecei a ver tanta gente a falar deste livro, fiquei com receio que ficar desiludida, porque as expectativas estavam muito elevadas. Mas é mesmo verdade que Afonso Cruz nunca desilude. Uma história tão tão bela, que nos faz relectir sobre tantos aspectos importantes da vida que tantas vezes descuramos... Não sendo das minhas obras favoritas do autor, é uma obra belíssima. 
Filipa | 24-02-2019 

Um bom "princípio"...

Este novo romance de Afonso Cruz merece, sem dúvida, ser lido, embora o final seja uma desilusão... Uma análise muito interessante do medo e das suas consequências ; uma reflexão sobre as emoções que se transformam em memórias. Um romance muito bom, apesar de um desenlace demasiado banal. 
Ilda Azinhais Velez | 09-02-2019  


Apontamentos de Graça Serra

Página 25:

"...antes os pobres comiam castanhas, depois entraram as batatas na gastronomia... o Van Gogh até pintou um quadro..."

O quadro a que o autor se refere é "Os Comedores de batata" e ficou terminado em 1885.

Pertence à primeira fase da pintura do artista, o período holandês, em que a paleta de cores era mais escura. 

O quadro retrata o jantar de uma família de camponeses, em que o prato principal é a batata, acompanhado por café. 

Este quadro encontra-se no Museu Van Gogh em Amesterdão.  
 Página 156

"Depois de ter ficado mais 2 dias em Ho Chi Minh, decidi subir o rio Mekong até Phnom Penh (...) Durante o trajecto, parámos para ver a casa do amante de Duras, onde tomámos chá. O amante de Duras não sabia que era famoso." 


Marguerite Duras nasceu em Saigão em 1914. 

Aos 70 anos, decide contar a história da sua iniciação sexual, quando adolescente, com um comerciante chinês  de Sa Dec, cidade a cerca de 140 km de Saigão, onde a mãe era professora. Ela tem 15 anos e é pobre, ele tem 27 e é rico. O seu nome é Huynh Thuy Le. Isto passa-se em 1929.  

As famílias não aceitam esta relação e a separação é inevitável, marcada pelos últimos acordes da presença colonial francesa na Indochina. Em 1932, tinha então 18 anos, M. Duras volta para França com a família e ele casa com uma noiva chinesa arranjada pelos pais.

O livro chama-se "O Amante" e foi publicado em 1984. Venceu o Prémio Goncourt desse ano. Foi traduzido em 43 línguas e adaptado ao cinema em 1992. 

Por causa do livro e do filme, a casa onde Huynh Thuy Le viveu em Sa Dec, primeiro com os pais e depois com a mulher e os filhos,  é reconhecida atualmente como monumento nacional e transformou-se numa atração turística. 

Huynh Thuy Le morreu em 1972 com 70 anos. 

Marguerite Duras morreu em 1996, com 82. 

A casa do amante de Marguerite Duras
  
Marguerite Duras e o amante



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