"Se numa noite de Inverno um viajante" de Italo Calvino foi a obra selecionada para o Clube de Leitura da Biblioteca para o mês de Janeiro de 2015.
A sessão será no dia 29 de Janeiro, 5ª feira, pelas 21 horas.
Boas Leituras!
Sinopse: É um romance sobre o prazer de ler romances; o protagonista é o leitor,
que dez vezes começa a ler um livro que, devido a vicissitudes
estranhas à sua vontade, não consegue acabar. Tive, pois, que escrever o
início de dez romances de autores imaginários, todos eles de alguma
forma diferentes de mim e diferentes entre si.
«Vivemos num mundo de histórias que começam e não acabam»
Italo Calvino
Jornalista, contista e romancista italiano, Italo Calvino nasceu a 15 de
Outubro de 1923 em Santiago de Las Vegas, na ilha de Cuba. Ainda
criança acompanhou os pais na sua mudança para São Remo, em Itália.
Em 1940, e em consequência da deflagração da Segunda Guerra Mundial,
Calvino foi recrutado para a Mocidade Fascista, mas desertou pouco tempo
depois, refugiando-se nas montanhas da Ligúria, onde se juntou à
Resistência Comunista.

Pôde, no entanto, ingressar no curso de Literatura da Universidade Turim
em 1941 mas, e com uma passagem pela Real Universidade de Florença, só
conseguiu licenciar-se após a guerra, em 1947. Nesse mesmo ano publicou o
seu primeiro romance, com o título Il sentiero dei nidi di ragno
(1947). A obra remetia para as suas experiências enquanto activo da
resistência italiana e foi bem acolhida pela crítica, sobretudo devido
aos trejeitos que Calvino dava à narrativa.
Em 1949 publicou uma colectânea de contos, também dedicados à
problemática de guerra, que haviam já aparecido em publicações
periódicas. A colaboração de Calvino com a imprensa havia começado em
meados de 1945, no jornal comunista L'Unittá , prosseguindo em títulos
como Il Garibaldino, voce della Democracia e La Republica .
Após a publicação de Il visconte dimezzato (1954), o autor
abandonou o tema da guerra recente, preferindo o absurdo e o fantástico
ao neo-realismo com que havia pautado o seu trabalho. A obra, que
inaugurava uma trilogia também composta pelos volumes Il barone rampante (1957) e Il cavaliere inesistente
(1959), e que causou fortes polémicas no seio do Partido Comunista
Italiano, contava a história de um homem mutilado por uma bala de canhão
durante a tomada de Constantinopla.
Calvino procurava assim demonstrar o seu desagrado perante o partido,
que abandonou após os acontecimentos da Primavera de Praga. Sentiu que o
seu esforço literário era mais necessário na imprensa, pelo que se
passou a concentrar mais na carreira como jornalista do que como
romancista.
Em 1959 viajou pelos Estados Unidos da América, formulando um contraste
com a sua visita à União Soviética em 1952. De regresso, começou a
editar a revista Il Menabó Di Letteratura , em colaboração com
Elio Vittorini. Mantendo sempre um olhar crítico sobre a sociedade,
entrelaçada na consciência individual e na inércia dos eventos
históricos, publicou Marcovalco (1963), uma colectânea de fábulas em que criticava o modo de vida das cidades, destrutivo e vazio. Marcovalco
era apresentado como um homem de família sonhador que, permanecendo na
sua cidade durante o mês de Agosto, quando todos os outros habitantes
partiram para férias, vê o seu descanso ser interrompido por uma equipa
de televisão que o quer entrevistar, precisamente por ter sido o único a
renunciar às estâncias balneares.
Em 1972 publicou Le Cittá Invisibli , romance em que o lendário
explorador Marco Polo se dedicava a contar histórias de cidades
fictícias para o divertimento de Kublai Khan, e que valeu ao autor o
conceituado Prémio Felrinelli. A sua obra mais conhecida, Se una notte d'inverno un viaggiatore (Se numa Noite de Inverno um Viajante ) apareceu em 1979. Palomar (1983), descrevia as contemplações filosóficas de um homem aparentemente simples.
Italo Calvino faleceu a 19 de Setembro de 1985, em Siena, vítima de uma hemorragia cerebral.
Italo Calvino. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2008.