quarta-feira, 29 de maio de 2024

CLUBE DE LEITURA - JUNHO 2024

Com uma periodicidade mensal (à exceção de agosto), o Clube de Leitura destina-se a promover o prazer da leitura partilhada. 

As reuniões decorrem à volta de um livro previamente escolhido e lido por todos, proporcionando a convivência e a discussão entre quem gosta de ler e explorar os livros lidos, tornando a experiência da leitura ainda mais estimulante. Pontualmente poderá ter um escritor/dinamizador convidado.

O Clube de Leitura reunirá a 27 de junho de maio, pelas 21h00.

O livro selecionado será "A dor fantasma" de Rafael Gallo.


Sinopse: Rômulo Castelo, um pianista virtuoso, dedica-se inteiramente a buscar a perfeição na sua arte e, todas as manhãs, ao acordar, fecha-se na sua sala de estudos e ensaia aquela que é considerada a peça intocável de Liszt, o Rondeau Fantastique. Em breve, Rômulo irá oferecê-la ao mundo, numa tournée pela Europa que o sagrará como o maior intérprete daquele compositor. A vida, porém, tem outros planos e, de um dia para o outro, Rómulo vê fugir-lhe aquele que julgava ser o seu lugar por direito no pódio do mundo.

Quem é Rafael Gallo?

Nasceu e vive em São Paulo, no Brasil, onde publicou o romance Rebentar (2015), vencedor do Prémio São Paulo de Literatura, e Réveillon e outros dias (2012), livro de contos vencedor do Prémio Sesc de Literatura. Tem ainda diversos textos em antologias e coletâneas, incluindo publicações em países como França, Estados Unidos, Cuba, Equador e Moçambique. Com Dor fantasma, foi laureado vencedor do Prémio Literário José Saramago 2022.

Opiniões

Romance inquietante com música dentro, e também dor e desespero. A ânsia de alcançar a perfeição cruza-se com todas as fragilidades humanas. Uma leitura que prende. Absolutamente.

Pilar del Río


A mão de Rafael Gallo […] é mão cirúrgica, aplicando incisões seguras e sábias, é mão de pintor, na pincelada criativa e intencional, é mão de maestro segurando a batuta e guiando a orquestra num crescendo de som e fúria a culminar no magistral desenlace do romance.

Bruno Vieira Amaral


Uma escrita e uma história que carregam dor, mas também ironia e uma certa alegria que paira, apesar de tudo, por ali, como um outro fantasma, benigno, na sala.

Gonçalo M. Tavares


Dor Fantasma é um belíssimo romance […]. O cruzamento entre a música, a literatura e a fragilíssima condição humana (representada, neste livro, pelo atavismo) é absolutamente brilhante.

João Tordo


Estamos em presença de um texto seguro, que guia quem lê por caminhos que provocam diversas reflexões contemporâneas e de todos os tempos, como é o caso do contraste entre o humano e a arte, entre a imperfeição e o ideal.

José Luís Peixoto


Rafael Gallo tem um enorme talento, uma grande experiência narrativa e, sem dúvida, ele é um herdeiro das portas da imaginação, que Homero abriu.

Nélida Piñon


O livro de Rafael Gallo é brilhante. Este romance é ele mesmo educado, no sentido em que as feras podem ser eruditas na sua própria caçada, no rigor de sua mordida, no exercício de seus temores.

Valter Hugo Mãe


CLUBE DE LEITURA- MAIO 2024

Na passada terça-feira, dia 28 de maio, pelas 21h00, decorreu a sessão, do mês de maio do Clube de Leitura, para a análise e discussão da obra "Senhor Ventura" de Miguel Torga, publicada em 1943.

Em 1985, foi publicada uma nova edição e o próprio autor, no prefácio, confessou que esta obra tinha sido escrita de uma "assentada" e, passados quase 40 anos, na verdade, pretendia deixá-la no esquecimento.


No entanto, acaba por fazer uma espécie de revisão, justificando que naquela época "os atrevimentos são argumentos", deixando a "nu toda a fantasia descabelada e toda a canhestrez expressiva que se tem na juventude", mas a lucidez e benevolência que adquiriu ao longo da vida, levaram-no, pelo contrário, a recuperá-la, limpando-a de "impurezas" e dando um "jeito", numa tentativa de torná-la mais legível.

Trata-se de uma novela dividida em três partes, num total de 33 capítulos curtos, em que Miguel Torga deu asas à imaginação, também porque segundo ele, a caneta parecia o "cabo endiabrado de uma vassoira de feiticeira", por isso voou e esqueceu as leis da gravidade. "Portuguesmente verosímil", os lusitanos foram e serão sempre "andarilhos do mundo", capazes do melhor e do pior, nesta aventura que se inicia em Penedono, no Alentejo, passa por Lisboa, Macau, Pequim, Mongólia, Xangai, Cantão, Hong Kong, Nanquim, etc.

Pícara, ingénua, maliciosa, safada, trágica no fim, porque em tragédia sempre morrem os mitos. E este mito é bem português, fadado para enfrentar as agruras da vida numa peregrinação aventurosa de um emigrante, com mortos e feridos, miséria e grandeza, amores e traições, fomes e febres, alegrias entre o Oriente, Tatiana e Penedono.










segunda-feira, 6 de maio de 2024

CLUBE DE LEITURa - MAIO 2024

Com uma periodicidade mensal (à exceção de agosto), o Clube de Leitura destina-se a promover o prazer da leitura partilhada. 

As reuniões decorrem à volta de um livro previamente escolhido e lido por todos, proporcionando a convivência e a discussão entre quem gosta de ler e explorar os livros lidos, tornando a experiência da leitura ainda mais estimulante. Pontualmente poderá ter um escritor/dinamizador convidado.

O Clube de Leitura reunirá a 28 de maio, pelas 21h00.

O livro selecionado será "O senhor Ventura" de Miguel Torga.



Sinopse: 
«E que história a sua! - pícara, ingénua, maliciosa, safada, trágica, ao fim, porque em tragédia sempre morrem os mitos. […] E, no entanto, que mais português que o Ventura, na sua peregrinação, entre mortos e feridos, miséria e grandeza, amores e traições, fomes e febres, e alegrias - entre o Oriente, Tatiana e Penedono?
[…]
Pode finalmente dizer-se que jamais um mito tão bem baptizado foi, em nome assim e fatalmente português.»

José-Augusto França

Quem é Miguel Torga?




Pseudónimo de Adolfo Correia da Rocha, autor de uma vasta produção literária, largamente reconhecida e traduzida em várias línguas. Nasceu em S. Martinho de Anta em 1907. Depois de uma experiência de emigração no Brasil durante a adolescência, cursou Medicina em Coimbra, onde passou a viver e onde veio a falecer em 1995. Foi poeta presencista numa primeira fase; a sua obra abordou temas sociais como a justiça e a liberdade, o amor, a angústia da morte, e deixou transparecer uma aliança íntima e permanente entre o homem e a terra. Estreou-se com Ansiedade, destacando-se no domínio da poesia com Orfeu RebeldeCântico do Homem, bem como através de muitos poemas dispersos pelos dezasseis volumes do seu Diário; na obra de ficção distinguimos A Criação do MundoBichosNovos Contos da Montanha, entre outros. O Diário ocupa um lugar de grande relevo na sua obra. Também como escritor dramático, publicou três obras intituladas Terra FirmeMar e O Paraíso. Recebeu, entre outros, o Prémio Montaigne em 1981, o Prémio Camões em 1989 e o Prémio Vida Literária (atribuído pela Associação Portuguesa de Escritores) em 1992.