Na passada quinta-feira, dia 30 de outubro, pelas 21h00, decorreu a sessão mensal do Clube para a abordagem e discussão da obra "Siddhartha" do romancista e poeta alemão Herman Hesse (1877-1961), Prémio Nobel da Literatura em 1946.
A obra escolhida para a comemoração dos 13º aniversário do Clube de Leitura, não poderia ter sido a mais apropriada, porque se trata da história de uma demanda de um jovem, em busca do seu caminho em que o mais importante não é o ponto de chegada, mas o percurso realizado para o alcançar.
Assim, segundo o próprio Herman Hesse, este poema indiano, resultou de uma sua estadia em 1911, durante quatro meses, na Índia, que, se por um lado o teria desiludido, em contrapartida, constituiu uma motivação para o estudo das religiões orientais. É, na verdade, um romance largamente influenciado pelas culturas hindu e chinesa.
O autor começa por recriar a fase inicial da vida de Buda (563 a.C.), contando-nos a vida de um filho de um Bramane, (sacerdote da mais alta casta da sociedade hindu) que se revolta contra os ensinamentos e tradições do seu pai, até encontrar a iluminação espiritual. A tradução para inglês desta obra nos anos 50 marcou definitivamente a Geração Beat norte americana e influenciou movimentos posteriores, como o movimento hippie e a contracultura dos anos 1960. Os seus ideiais de liberdade, igualdade e busca espiritual ainda inspiram a arte e literatura contemporâneas.
O romance é rico em metáforas e imagens e na sua peregrinação, Siddhartha depara-se com personagens, conhece diversos aspetos da vida, desde o ascetismo, à paixão, ao jogo, ao comércio, num crescimento interior, até à iluminação final e união com o Absoluto.
Todas as dúvidas existenciais expressas na obra são as mesmas do homem da atualidade, por isso, esta continua a fascinar e inspirar os jovens, que se deparam com temas próximos dos seus interesses, como a busca uma postura na vida de equilíbrio, serenidade, harmonia interior neste mundo, demasiado focado no materialismo e consumismo e nas inovações tecnológicas que se por um lado nos vêm ajudar em muitas tarefas, nos obrigam cada vez mais a uma reflexão e uma procura do que realmente é importante.
Siddhartha é para ler, reler e refletir. "É talvez a obra mais importante e convincente alegoria moral que o nosso conturbado século passado produziu. Integrando tradições espirituais orientais e ocidentais com psicanálise e filosofia, este simples conto, escrito com uma profunda e comovente empatia pela humanidade, tocou a vida de milhões desde a sua publicação original em 1922." Ralph Freedman
Obrigada pelo 13º aniversário do CL, pelas rosas amarelas, o delicioso bolo e o champanhe.
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