Livro indicado: “A Humilhação” de Philip
Roth
Destinatários: público em geral
Data: 24 de abril de 2013
Horário: 21h00 às 22h00
30º livro de Roth, é um fortíssimo veredicto sobre o envelhecimento
Críticas de imprensa
Helena Vasconcelos, Público
«O livro é muito bom e, sobretudo, tremendamente simples. Conciso. Preciso.»
Ana Cristina Leonardo, Expresso
Sinopse: Acabou tudo para Simon Axler, o protagonista do novo e surpreendente
livro de Philip Roth. Um dos mais destacados actores de teatro
americanos da sua geração, agora na casa dos sessenta, perdeu a magia, o
talento e a confiança. O seu Falstaff, o seu Peer Gynt, o seu Tio
Vânia, todos os seus grandes papéis, "desfizeram-se em ar, em ar leve".
Quando sobe ao palco sente-se louco e faz figura de idiota. Esgotou-se a
confiança nas suas faculdades; imagina que as pessoas se riem dele, já
não consegue fingir que é outra pessoa. "Houve qualquer coisa de
fundamental que desapareceu". A mulher foi-se embora, o público
abandonou-o, o agente não consegue convencê-lo a reentrar em cena.
Dentro deste relato demolidor de auto-esvaziamento inexplicável e
aterrador eclode um contragolpe de invulgar desejo erótico, uma
consolação para uma vida infeliz, tão cheia de risco e aberração que não
aponta para o apaziguamento e a gratificação mas sim para um fim mais
tenebroso e pungente. Nesta longa jornada para a noite, relatada com a
inimitável acutilância, verve e densidade de Roth, todas as ferramentas
de que lançamos mão para nos convencermos da nossa solidariedade, tudo o
que fomos nas nossas vidas - o talento, o amor, o sexo, a esperança, a
energia, a reputação - tudo é posto a nu.
Escritor norte-americano, Philip Milton Roth nasceu a 19 de Março de 1933, na cidade de Newark, no estado da Nova Jérsia. Filho de um mediador de seguros de origem austro-húngara, tornou-se num grande entusiasta de baseball aos sete anos de idade. Descobriu a literatura tardiamente, aos dezoito.
Após ter concluído o ensino secundário, ingressou na Universidade de
Rutgers mas, ao fim de um ano, transferiu-se para outra instituição, a
Universidade de Bucknell. Interrompeu os seus estudos em 1955, ao
alistar-se no exército mas, lesionando-se durante a recruta, acabou por
ser desmobilizado. Decidiu pois retomar os seus estudos, trabalhando
simultaneamente como professor para poder prover ao seu sustento,
tendo-se licenciado em 1957, em Estudos Ingleses.
Inscreveu-se depois num seminário com o intuito de apresentar uma tese de doutoramento, e perdeu o entusiasmo, desistindo deste seu projecto em 1959. Preferindo dar início a um esforço literário, passou a colaborar com o periódico New Republic na qualidade de crítico de cinema, ao mesmo tempo que se debruçava na escrita do seu primeiro livro, que veio a ser publicado nesse mesmo ano, com o título Goodbye, Columbus (1959). A obra constituiu uma autêntica revelação, comprovada pela atribuição do prémio literário National Book Award. Mereceu também uma adaptação para o cinema pela mão do realizador Larry Peece.
Seguiram-se Letting Go (1962) e When She Was Good (1967), até que, em 1969, Philip Roth tornou a consolidar a sua posição como romancista através da publicação de Portnoy's Complaint (1969, O Complexo de Portnoy), obra que contava a história de um monomaníaco obcecado por sexo. O autor passou então a optar por fazer reaparecer muitas das suas personagens em diversas narrativas. Depois de The Breast (1972), romance que aludia à Metamorfose de Franz Kafka, David Kepesh, o protagonista que se via transformado num enorme seio, torna a figurar em The Professor Of Desire (1977) e em The Dying Animal (2001). Um outro exemplo de ressurgência é Nathan Zuckermann, presente em obras como My Life As A Man (1975), Zuckermann Unbound (1981), I Married A Communist (1998, Casei Com Um Comunista ) e The Human Stain (2000).
Tendo dado início a uma carreira docente em meados da década de 60, e que incluiu a sua passagem por instituições como as universidades de Princeton e Nova Iorque, Philip Roth encontrou muita da sua inspiração em incidentes e ambientes da vida académica.
Em 1991 publicou um volume dedicado à história da sua própria família, Patrimony , trabalho que foi galardoado com o National Critics Circle Award no ano seguinte, uma entre as muitas honrarias concedidas ao autor. Em 1997, Philip Roth ganhou Prémio Pulitzer com Pastoral Americana. Em 1998 recebeu a Medalha Nacional de Artes da Casa Branca e em 2002 o mais alto galardão da Academia de Artes e Letras, a medalha de Ouro da Ficção, anteriormente atribuída a John dos Passos, William Faulkner e Saul Bellow, entre outros. Ganhou duas vezes o National Book Critics Award. Em 2005, Roth tornar-se-á o terceiro escrito americano vivo a ter a sua obra publicada numa colecção completa e definitiva pela Library of America. A publicação do último dos oito volumes está prevista para 2013. Em 2011 recebe o Man Booker International Prize, prémio que procura destacar a influência de um escritor no campo da literatura. Trata-se de um reconhecimento do trabalho pessoal, e não de uma obra sua em particular.
Inscreveu-se depois num seminário com o intuito de apresentar uma tese de doutoramento, e perdeu o entusiasmo, desistindo deste seu projecto em 1959. Preferindo dar início a um esforço literário, passou a colaborar com o periódico New Republic na qualidade de crítico de cinema, ao mesmo tempo que se debruçava na escrita do seu primeiro livro, que veio a ser publicado nesse mesmo ano, com o título Goodbye, Columbus (1959). A obra constituiu uma autêntica revelação, comprovada pela atribuição do prémio literário National Book Award. Mereceu também uma adaptação para o cinema pela mão do realizador Larry Peece.
Seguiram-se Letting Go (1962) e When She Was Good (1967), até que, em 1969, Philip Roth tornou a consolidar a sua posição como romancista através da publicação de Portnoy's Complaint (1969, O Complexo de Portnoy), obra que contava a história de um monomaníaco obcecado por sexo. O autor passou então a optar por fazer reaparecer muitas das suas personagens em diversas narrativas. Depois de The Breast (1972), romance que aludia à Metamorfose de Franz Kafka, David Kepesh, o protagonista que se via transformado num enorme seio, torna a figurar em The Professor Of Desire (1977) e em The Dying Animal (2001). Um outro exemplo de ressurgência é Nathan Zuckermann, presente em obras como My Life As A Man (1975), Zuckermann Unbound (1981), I Married A Communist (1998, Casei Com Um Comunista ) e The Human Stain (2000).
Tendo dado início a uma carreira docente em meados da década de 60, e que incluiu a sua passagem por instituições como as universidades de Princeton e Nova Iorque, Philip Roth encontrou muita da sua inspiração em incidentes e ambientes da vida académica.
Em 1991 publicou um volume dedicado à história da sua própria família, Patrimony , trabalho que foi galardoado com o National Critics Circle Award no ano seguinte, uma entre as muitas honrarias concedidas ao autor. Em 1997, Philip Roth ganhou Prémio Pulitzer com Pastoral Americana. Em 1998 recebeu a Medalha Nacional de Artes da Casa Branca e em 2002 o mais alto galardão da Academia de Artes e Letras, a medalha de Ouro da Ficção, anteriormente atribuída a John dos Passos, William Faulkner e Saul Bellow, entre outros. Ganhou duas vezes o National Book Critics Award. Em 2005, Roth tornar-se-á o terceiro escrito americano vivo a ter a sua obra publicada numa colecção completa e definitiva pela Library of America. A publicação do último dos oito volumes está prevista para 2013. Em 2011 recebe o Man Booker International Prize, prémio que procura destacar a influência de um escritor no campo da literatura. Trata-se de um reconhecimento do trabalho pessoal, e não de uma obra sua em particular.
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