segunda-feira, 1 de abril de 2013

"A humilhação" de Philip Roth






Livro indicado: “A Humilhação” de Philip Roth

Destinatários: público em geral

Data: 24 de abril de 2013

Horário: 21h00  às 22h00









 30º livro de Roth, é um fortíssimo veredicto sobre o envelhecimento


Críticas de imprensa
«O que torna este livro genial […] é o facto de Roth ter subvertido (ainda mais) todos os papéis convencionais. […] “A Humilhação” é […] uma farsa genial contaminada por um humor muito negro, um texto que é como uma roleta russa em que o autor joga a vida com desespero e abandono, enquanto solta a sua histriónica e feroz gargalhada.»

Helena Vasconcelos, Público

«O livro é muito bom e, sobretudo, tremendamente simples. Conciso. Preciso.»

Ana Cristina Leonardo, Expresso 

Sinopse: Acabou tudo para Simon Axler, o protagonista do novo e surpreendente livro de Philip Roth. Um dos mais destacados actores de teatro americanos da sua geração, agora na casa dos sessenta, perdeu a magia, o talento e a confiança. O seu Falstaff, o seu Peer Gynt, o seu Tio Vânia, todos os seus grandes papéis, "desfizeram-se em ar, em ar leve". Quando sobe ao palco sente-se louco e faz figura de idiota. Esgotou-se a confiança nas suas faculdades; imagina que as pessoas se riem dele, já não consegue fingir que é outra pessoa. "Houve qualquer coisa de fundamental que desapareceu". A mulher foi-se embora, o público abandonou-o, o agente não consegue convencê-lo a reentrar em cena.
Dentro deste relato demolidor de auto-esvaziamento inexplicável e aterrador eclode um contragolpe de invulgar desejo erótico, uma consolação para uma vida infeliz, tão cheia de risco e aberração que não aponta para o apaziguamento e a gratificação mas sim para um fim mais tenebroso e pungente. Nesta longa jornada para a noite, relatada com a inimitável acutilância, verve e densidade de Roth, todas as ferramentas de que lançamos mão para nos convencermos da nossa solidariedade, tudo o que fomos nas nossas vidas - o talento, o amor, o sexo, a esperança, a energia, a reputação - tudo é posto a nu.

Quem é Philip Roth?

Escritor norte-americano, Philip Milton Roth nasceu a 19 de Março de 1933, na cidade de Newark, no estado da Nova Jérsia. Filho de um mediador de seguros de origem austro-húngara, tornou-se num grande entusiasta de baseball aos sete anos de idade. Descobriu a literatura tardiamente, aos dezoito.
Após ter concluído o ensino secundário, ingressou na Universidade de Rutgers mas, ao fim de um ano, transferiu-se para outra instituição, a Universidade de Bucknell. Interrompeu os seus estudos em 1955, ao alistar-se no exército mas, lesionando-se durante a recruta, acabou por ser desmobilizado. Decidiu pois retomar os seus estudos, trabalhando simultaneamente como professor para poder prover ao seu sustento, tendo-se licenciado em 1957, em Estudos Ingleses.
Inscreveu-se depois num seminário com o intuito de apresentar uma tese de doutoramento, e perdeu o entusiasmo, desistindo deste seu projecto em 1959. Preferindo dar início a um esforço literário, passou a colaborar com o periódico New Republic na qualidade de crítico de cinema, ao mesmo tempo que se debruçava na escrita do seu primeiro livro, que veio a ser publicado nesse mesmo ano, com o título Goodbye, Columbus (1959). A obra constituiu uma autêntica revelação, comprovada pela atribuição do prémio literário National Book Award. Mereceu também uma adaptação para o cinema pela mão do realizador Larry Peece.
Seguiram-se Letting Go (1962) e When She Was Good (1967), até que, em 1969, Philip Roth tornou a consolidar a sua posição como romancista através da publicação de Portnoy's Complaint (1969, O Complexo de Portnoy), obra que contava a história de um monomaníaco obcecado por sexo. O autor passou então a optar por fazer reaparecer muitas das suas personagens em diversas narrativas. Depois de The Breast (1972), romance que aludia à Metamorfose de Franz Kafka, David Kepesh, o protagonista que se via transformado num enorme seio, torna a figurar em The Professor Of Desire (1977) e em The Dying Animal (2001). Um outro exemplo de ressurgência é Nathan Zuckermann, presente em obras como My Life As A Man (1975), Zuckermann Unbound (1981), I Married A Communist (1998, Casei Com Um Comunista ) e The Human Stain (2000).
Tendo dado início a uma carreira docente em meados da década de 60, e que incluiu a sua passagem por instituições como as universidades de Princeton e Nova Iorque, Philip Roth encontrou muita da sua inspiração em incidentes e ambientes da vida académica.
Em 1991 publicou um volume dedicado à história da sua própria família, Patrimony , trabalho que foi galardoado com o National Critics Circle Award no ano seguinte, uma entre as muitas honrarias concedidas ao autor. Em 1997, Philip Roth ganhou Prémio Pulitzer com Pastoral Americana. Em 1998 recebeu a Medalha Nacional de Artes da Casa Branca e em 2002 o mais alto galardão da Academia de Artes e Letras, a medalha de Ouro da Ficção, anteriormente atribuída a John dos Passos, William Faulkner e Saul Bellow, entre outros. Ganhou duas vezes o National Book Critics Award. Em 2005, Roth tornar-se-á o terceiro escrito americano vivo a ter a sua obra publicada numa colecção completa e definitiva pela Library of America. A publicação do último dos oito volumes está prevista para 2013. Em 2011 recebe o Man Booker International Prize, prémio que procura destacar a influência de um escritor no campo da literatura. Trata-se de um reconhecimento do trabalho pessoal, e não de uma obra sua em particular.

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