Sinopse: Publicado pela primeira vez em 1944, Ficções
é um dos livros mais apreciados e, por certo, um dos mais
representativos da obra borgesiana. Nele se reúnem textos como «Pierre
Menard, autor do Quixote», «As ruínas circulares», «A Biblioteca de
Babel», «O jardim dos caminhos que se bifurcam» ou «Funes, o memorioso» -
cada um deles uma obra-prima e exemplo da grandeza e do génio de Jorge
Luis Borges.
Ficções
- publicado originalmente em 1944 pelas Ediciones Sur - é a obra que
trouxe o reconhecimento universal para Jorge Luis Borges, graças, entre
outros motivos, ao caráter fora do comum de seus temas, abertos para o
fantástico, e à inesperada dimensão filosófica do tratamento.
Ficções reúne os contos publicados por Borges em 1941 sob o título de O jardim de veredas que se bifurcam (com exceção de "A aproximação a Almotásim", incorporado a outra obra) e outras dez narrativas com o subtítulo de Artifícios.
Nesses textos, o leitor se defronta com um narrador inquisitivo que
expõe, com elegância e economia de meios, de forma paradoxal e lapidar,
suas conjecturas e perplexidades sobre o universo, retomando motivos
recorrentes em seus poemas e ensaios desde o início de sua carreira: o
tempo, a eternidade, o infinito. Os enredos são como múltiplos
labirintos e se desdobram num jogo infindável de espelhos, especulações e
hipóteses, às vezes com a perícia de intrigas policiais e o gosto da
aventura, para quase sempre desembocar na perplexidade metafísica.
Chamam a atenção a frase enxuta, o poder de síntese e o rigor da
construção, que tem algo da poesia e outro tanto da prosa filosófica,
sem nunca perder o humor desconcertante.
Em Ficções estão alguns de seus textos mais famosos, como
"Funes, o Memorioso", cujo protagonista tinha "mais lembranças do que
terão tido todos os homens desde que o mundo é mundo"; "A biblioteca de
Babel", em que o universo é equiparado a uma biblioteca eterna, infinita
secreta e inútil; "Pierre Menard, autor do Quixote", cuja "admirável
ambição era produzir páginas que coincidissem palavra por palavra e
linha por linha com as de Miguel de Cervantes"; e "As ruínas
circulares", em que o protagonista quer sonhar um homem "com integridade
minuciosa e impô-lo à realidade e no final compreende que ele também
era uma aparência, que outro o estava sonhando".
Jorge Luís Borges
Num
ano de centenários, o do nascimento do escritor argentino Jorge Luis
Borges (1899-1986) foi dos que mais interesse despertou nos media.
Considerado um dos autores mais importantes do século, com uma obra que
tem vindo a conquistar cada vez mais admiradores, o seu nome aparece
Este
neto de marinheiros portugueses, que dormia com Camões à cabeceira,
nasceu de uma família culta e cresceu « num jardim, por trás de uma
grade com lanças, e numa biblioteca de ilimitados livros ingleses». Por
isso, o seu destino desde cedo se traçou. Aos seis anos já queria ser
escritor e redigiu um manual
«
A leitura é uma forma de felicidade», escreveu. E foi no meio de
Virgílio, Shakespeare, Cervantes, Verlaine, Flaubert, Voltaire, Carlyle,
Quincey, Kafka, Shopenhauer, que Borges viveu a sua vida. Aprendeu
inglês desde muito cedo com a sua governanta, alemão e francês mais
tarde em Genebra, onde iniciou os seus
Uma
doença familiar, a perda progressiva da visão, tornou-se cruel destino
na vida deste homem, que amava a leitura mais que tudo. Chegou-lhe a
cegueira total aos 55 anos. Apesar disso, continuou a viajar e a
ministrar cursos pelo mundo fora. Os seus textos são escritos
mentalmente e ditados. « Estando cego
Em
1973, quando do regresso do partido peronista ao poder, Borges é
forçado a abandonar, pela segunda vez, o cargo de director da Biblioteca
Nacional de Buenos Aires. Passa a ganhar a vida como conferencista. É
doutorado honoris causa por inúmeras faculdades. Maria Kodama, que viria
a tornar-se sua
Jorge
Luis Borges, nos seus cursos nas universidades, aconselhava os alunos a
lerem os livros e não as críticas. A obra de Borges está bem difundida
no nosso país e no último ano as editoras Teorema e Círculo de Leitores
publicaram a obra completa do autor de Ficções, disponível em 4 volumes.
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