Na passada 5ª feira, pelas 21 horas, decorreu mais uma
sessão do Clube de Leitura, para a análise e discussão do livro "Perguntem
a Sarah Gross", finalista do Prémio Leya 2014, de João Pinto Coelho.
O romance alterna os seus capítulos entre a cidade que
se veio a tornar no mais famoso campo de extermínio durante a 2ª Guerra Mundial
e os corredores de um colégio elitista nos EUA, em 1968.
Assim, tanto nos deparamos com o horror nazi, como com
os problemas raciais que existiram nos EUA, com o Ku-Klus-Klan e no tempo em
que foi assassinado de Martin Luter King Jr.
A leitura da obra foi interessante e enriquecedora, na
qual é descrita a cidade de Auschwitz quando ainda era feliz, economicamente
efervescente e penetrar também no mundo dos hábitos e costumes judeus.
Trata-se naturalmente de um romance de ficção que se
mistura com informação histórica, resultante da investigação do autor que é
especialista no estudo do Holocausto e Auschwitz.
O tema é relativamente vulgar, já tendo sido
tratado por muitos escritores, mas neste romance a abordagem confere
credibilidade à ficção, assim como estão bem marcados o tempo e o espaço,
estruturalmente bem construído, com um suspense tão bem conseguido, tornando-se
difícil parar de ler.
Em conclusão "Uma pessoa poder ser um escroque
adorável. (Clement)
As pessoas podem ter vidas destroçadas e terem ar
controlado e sereno. (Sarah e Kimberly)
Há segredos terríveis que duram anos ou toda uma vida,
mas às vezes descobre-se por acaso..."
João Pinto Coelho pertence a um grupo de ficcionistas
internacionais que escreveram sobre Auschwitz. Ao publicar mais recentemente a
obra "Os loucos da Rua Mazur" , já lhe valeu insultos e polémica na
imprensa polaca sensacionalista, muito embora o autor acredite no poder da
literatura.
(...) A verdade irá prevalecer. Pode não ser hoje, ou
amanhã, ou daqui a dez anos. Algumas verdades podem esperar. Para quem ama, a
única concessão que a verdade permite é mesmo essa, o tempo. Mas nenhuma outra,
acho eu. Mais tarde ou mais cedo, vai ser essa a sua opção."(...)
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