Com uma periodicidade mensal (à exceção
de agosto), o Clube de Leitura destina-se a promover o prazer da leitura
partilhada. As reuniões decorrem à volta de um livro previamente escolhido e
lido por todos, proporcionando a convivência e a discussão entre quem gosta de
ler e explorar os livros lidos, tornando a experiência da leitura ainda mais
estimulante. Pontualmente poderá ter um escritor/dinamizador convidado.
Livro indicado: "Esse cabelo" de Jaimilia Pereira de
Almeida (1982- )
Data: 24 abril, 21h00 às 22h00
Sinopse:O que se
passa por dentro das cabeças é mais importante do que o que se passa por fora?
Falar de cabelos é sempre uma futilidade? Não necessariamente, até porque,
segundo a narradora deste texto belo e contundente, «escrever parece-se com
pentear uma cabeleira em descanso num busto de esferovite» e visitar salões é
uma boa forma de conhecer países, de aprender a distinguir modos e feições e
até de detectar preconceitos.
Esta é a história de uma menina que aterrou despenteada aos três anos em Lisboa, vinda de Luanda, e das suas memórias privadas ao longo do tempo, porque não somos sempre iguais aos nossos retratos de infância; mas é também a história das origens do seu cabelo crespo, cruzamento das vidas de um comerciante português no Congo, de um pescador albino de M’banza Kongo, de católicas anciãs de Seia, de cristãos-novos maçons de Castelo Branco - uma família que descreveu o caminho entre Portugal e Angola ao longo de quatro gerações com um à-vontade de passageiro frequente. E, assim, ao acompanharmos as aventuras deste cabelo crespo - curto, comprido, amado, odiado, tantas vezes esquecido ou confundido com o abismo mental -, é também à história indirecta da relação entre vários continentes - a uma geopolítica - que inequivocamente assistimos.
Esta é a história de uma menina que aterrou despenteada aos três anos em Lisboa, vinda de Luanda, e das suas memórias privadas ao longo do tempo, porque não somos sempre iguais aos nossos retratos de infância; mas é também a história das origens do seu cabelo crespo, cruzamento das vidas de um comerciante português no Congo, de um pescador albino de M’banza Kongo, de católicas anciãs de Seia, de cristãos-novos maçons de Castelo Branco - uma família que descreveu o caminho entre Portugal e Angola ao longo de quatro gerações com um à-vontade de passageiro frequente. E, assim, ao acompanharmos as aventuras deste cabelo crespo - curto, comprido, amado, odiado, tantas vezes esquecido ou confundido com o abismo mental -, é também à história indirecta da relação entre vários continentes - a uma geopolítica - que inequivocamente assistimos.
Jaimilia Pereira de Almeida nasceu em
Luanda, em 1982. Vencedora do Prémio Novos 2016 - categoria Literatura,
estreou-se no romance em 2015 com Esse Cabelo (Teorema). Ajudar a
Cair, um retrato ensaístico do Centro Nuno Belmar da Costa, foi publicado,
em 2017, pela Fundação Francisco Manuel dos Santos. Em 2018, publicou Luanda,
Lisboa, Paraíso (Companhia das Letras Portugal). Licenciada em Estudos
Portugueses na Universidade Nova de Lisboa, doutorou-se em Teoria da
Literatura, na Universidade de Lisboa, em 2012. Em 2013, foi uma das vencedoras
do Prêmio de Ensaísmo serrote, atribuído pela Revista serrote (Instituto
Moreira Salles, Brasil); em 2016, esteve entre os finalistas do 8º ciclo da
Rolex Mentor and Protégé Arts Initiative. Publicou em Common Knowledge,
Granta.com, Granta Portugal, Ler, Revista Pessoa, Quatro Cinco Um, Revista
serrote, Words Without Borders, Revista Zum, entre outras.
Críticas:
Críticas:
Pensei que ia gostar mais
Inês Costa | 14-07-2016
A
autora escreve muitíssimo bem, um português sem mácula, mas para mim não
chegou. Ao longo destas 150 páginas (ui, e tão esticadinhas que foram pela
edição) não consegui emocionar-me, ligar-me às personagens ou sequer acompanhar
com prazer as peripécias relatadas ou as reflexões filosóficas. E foi isso que
foi faltando: paixão e vontade de querer continuar a ler. Ainda assim, 3
estrelas, pelo 9.º capítulo (do qual gostei muito) e porque, apesar de não me
ter entrosado, sinto-me na obrigação de reconhecer a qualidade literária.
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