Mostrar mensagens com a etiqueta Só resta o amor. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Só resta o amor. Mostrar todas as mensagens

sexta-feira, 29 de junho de 2018

CLUBE DE LEITURA – JUNHO


Teve ontem lugar, na Biblioteca Municipal, a sessão mensal do “Clube de Leitura” com a análise e discussão da obra "Só resta o amor" do espanhol Agustín Fernández Paz.

O autor é natural de Vilalba, Lugo, Galiza, nasceu em 1947 e tem já uma vasta obra largamente premiada.

Trata-se de um conjunto de 11 contos de escrita acessível, sem grande riqueza estilística, agradáveis de ler, com belas descrições da floresta, dos cheiros, com alguns momentos líricos e excertos de literatura espanhola e universal, ou seja, um livro com outros livros dentro.

O autor acredita na força das palavras para a mudança e que os livros são “imprescindíveis para nos ajudar a sonhar e a viver”.

A temática é o amor, tal como o título sugere, mas, ao ler a primeira citação de Orhan Pamuk, antes do início do primeiro conto em que este diz, "quando me apercebo que vamos passar por este mundo sem deixar rasto depois de levarmos umas vidas estúpidas, compreendo com raiva que na vida só resta o amor" ou "Todas as recordações são sulcos de lágrimas" do cineasta Wong Kar Wai, percebemos que as histórias de amor são também de desamor, de encontros e desencontros e quase sempre com destinos de sofrimento.

Esta melancolia presente na obra, remete-nos a Camões e ao seu poema “amor que é fogo que arde sem se ver, ferida que dói e não se sente, é um contentamento descontente”.

Quase todos os contos são passados durante a ditadura de Franco e isso reflete-se nas histórias, nas quais é visível uma grande falta de liberdade, falta de informação através dos livros e do cinema, prevalecendo a repressão e os preconceitos, fatores que, consequentemente, condicionam a vida das pessoas.

Há uma riqueza temática com enormes variações nestes contos, uns são excêntricos, outros cruéis, esotéricos, de suspense e crime.
 
No conto "Estranha lucidez", o canídeo descreve  a sua nostalgia pós-mortem desta forma:  "Era o único momento do dia em que encontrava a cadela castanha que cheirava tão bem. Nalgumas manhãs, dependendo se nos soltavam ou não, podíamos cheirar-nos sem que ninguém nos interrompesse, e até dar algumas corridas pelo passeio. Mas eram momentos curtos, ou assim me pareciam, como se na vida os instantes felizes se apresentassem em doses mínimas que sabem sempre a pouco".

Por isso, é fundamental aproveitar os instantes felizes da vida e o prazer da leitura é um deles.

Boas Leituras!


 
 







quarta-feira, 30 de maio de 2018

CLUBE DE LEITURA - JUNHO




Com uma periodicidade mensal (à exceção de agosto), o Clube de Leitura destina-se a promover o prazer da leitura partilhada. As reuniões decorrem à volta de um livro previamente escolhido e lido por todos, proporcionando a convivência e a discussão entre quem gosta de ler e explorar os livros lidos, tornando a experiência da leitura ainda mais estimulante. Pontualmente poderá ter um escritor/dinamizador convidado.

 Livro indicado: "Só resta o amor" de

Sinopse: As vidas dos personagens das histórias deste livro estão ligadas por uma teia de fios invisíveis: Diana, Sara, Pablo, Laura, Adrián... Todos se apaixonam e descobrem que o amor é um sentimento de enorme poder, capaz de os transformar por inteiro e de os fazer ver a vida com outros olhos. Mas também experimentam a amargura causada pela falta de amor, ou a ausência, ou o amor fracassado. O amor em todas as suas variantes: do primeiro amor adolescente até àquele que sobrevive à morte. E, sempre, sempre, os livros como companheiros na aventura de amar.
Data: 28 junho 2018

Agustin Fernández Paz, Vilalba, Lugo, 1947.
Licenciado em Ciências da Educação.
Diplomado em Língua Galega.
Adora que lhe contem histórias. De viva voz, através das páginas de um livro, na penumbra das salas de cinema e dos teatros ou no brilho frio de um qualquer ecrã. Afirma que desde a sua infância na Galiza do pós-guerra, os livros tiveram uma presença decisiva no seu percurso. Aplica à sua vida, o que Álvaro Cunqueiro escreveu naquela época: «Como quem bebe água, o homem precisa de beber sonhos.»
Tinha 28 anos quando Franco morreu. Deste modo, grande parte da sua vida foi marcada pela ditadura. Tal como todas as pessoas da sua geração, afirma que chegou sempre tarde a todo o lado: aos livros que deveria ter lido, aos filmes que marcaram muitos daqueles anos... Talvez por isso existam coisas na vida que aprecia de maneira espacial: a liberdade, a memória, os livros, o cinema...
Agustín acredita que as palavras possuem a força necessária para mudar o mundo e pensa que os livros são imprescindíveis para nos ajudar a sonhar e a viver. Prefere ler o que os outros escrevem, mas também gosta de inventar histórias e contá-las através da escrita. Na sua vasta obra, escrita em galego, largamente premiada e em grande parte traduzida para outras línguas, salientam-se títulos como "Corredores de Sombra", "Aire Negro", "Noite de Voraces Sombras", "Cuentos por palavras", "Cartas de Inverno", "O Centro do Labirinto", "O Laboratório do Doutor Nogueira", a novela juvenil "Rapazas", etc. - os quatro últimos já publicados em Portugal.
"Só Resta o Amor" é o seu livro mais recente. Com ele a literatura galega toma lugar nas Edições Nelson de Matos. Uma literatura fascinante numa língua irmã.

Opiniões:
Nos últimos tempos tenho lido vários livros de contos dos quais vos gostaria de falar. Inicialmente, pensei fazer uma espécie de súmula de todos (e foram ainda bastantes) os que li. Uma amiga mais ajuizada aconselhou-me a ir fazendo aos poucos, dando tempo a que haja alguma reacção da parte dos companheiros desta aventura.
Tinha que começar por algum lado e escolhi o Só Resta o Amor do galego Agustín Fernández Paz. Há nestes contos um fio condutor que os une. As vidas dos personagens experimentam as diferentes cambiantes da experiência amorosa. O livro começa muito bem com o conto Um silêncio ardente. Sara, uma executiva de sucesso num grande banco, mas leitora obsessivo-compulsiva como nós, vê abrir defronte ao banco uma livraria que passa a frequentar diariamente fugindo à pausa-café com os colegas. Uma manhã, quando se dirigia á secção de poesia, encontrou encaixado entre dois livros, um pequeno cartão. O cartão conduzia-a a um livro, mas num dos cantos da parte de trás, surgia escrito a lápis o seu nome. Os r vão-se sucedendo. O livro continua formosos e seguro até que me deparo com histórias de fantasmas pueris e perfeitamente previsíveis. Desiludiu-me muito e só me voltou a conseguir reconquistar verdadeiramente ao voltar a um estilo muito a la Paul Auster com o conto Uma fotografia na rua. Daniel encontra uma fotografia de uma mulher em frente do edifício da Reitoria da Universidade em Vigo. O coração acelera-se subitamente e ficou definitivamente atraído. Começa então uma demanda pela mulher da foto, mas nessa demanda infrutífera vai encontrando outras fotos da mesma mulher…Depois deste re-arranque o livro continua seguro e termina com outro muito bom conto, Um rio de palavras. Enfim, eu perdoo-lhe as histórias de palavras.
Uma palavra de apreço para as Edições Nelson de Matos que tem vindo a dar à estampa bons livros.

Abraços,
Publicada por Paulo Ventura


A primeira impressão que tive deste livro foi de que iria ser aborrecido, mesmo tendo o primeiro conto uma boa intriga. À medida que fui lendo o livro verifiquei que tinha vários contos, o que permitia uma rápida e fácil leitura, li as 218 paginas em apenas dois dias, ficando mais intrigada em cada história que ia lendo e curiosa com o que iria acontecer e do que iria tratar a seguinte história.Fiquei assim encatada com este livro, adorei lê-lo.
Fiquei com uma boa impressão de quase todos os contos mas o conto que me fascinou mais foi o "Estranha lucidez". Este conto fascinou-me pela sua maravilhosa intriga e encantou-me pela sua história e personagem.
No inicio deste conto o narrador pareceu-me ser um humano mas há medida que fui lendo, e nas coisas que o narrador ia contando e relembrando fiquei na duvida e depois quando ele disse as palavras " (...) farejo (...) " e " (...) meu Dono (...) " é que conclui que era um canídeo que estava a falar. Não vos quero falar mais desta história porque quero que vocês a leiam, é encantadora esta história, magnifica. Todos os onze contos falam sobre o amor em todas as suas facetas, e histórias. Fala de um amor que sobreviveu á morte, paixonetas de infância, de amor não correspondido etc.
Aconselho a leitura deste livro.
Postado por Soraia Ferreira