segunda-feira, 4 de abril de 2016

LEITURA DE ABRIL
















Livro indicado: “O triunfo dos porcos” / “A quinta dos animais” de George Orwell

Data: 28 de Abril de 2016

Horário: 21 horas às 22 horas.

Destinatários: público em geral



Sinopse
Plano Nacional de Leitura
Livro recomendado no programa de português do 9º ano de escolaridade, destinado a leitura orientada na sala de aula - Grau de Dificuldade II. 

Publicado pela primeira vez em 1945, O Triunfo dos Porcos transformou-se na clássica fábula política deste século. Acrescentando-lhe a sua marca pessoal de mordacidade e perspicácia, George Orwell relata a história de uma revolução entre os animais de uma quinta e o modo como o idealismo foi traído pelo poder, pela corrupção e pela mentira.
George Orwell

George Orwell (1903-1950) é autor de importantes obras de ficção e de não ficção. Em 1945, publicou O Triunfo dos Porcos / A Quinta dos Animais, até hoje a sua obra mais popular a par com 1984, uma sátira pessimista sobre a ameaça de uma tirania totalitária no futuro, publicada em 1949.
Serviu na Polícia Imperial na Birmânia (agora Myanmar) e mais tarde lutou do lado dos Republicanos na Guerra Civil Espanhola. Pertenceu à Home Guard, uma importante organização de defesa do exército britânico, e trabalhou como correspondente de guerra para a BBC durante a Segunda Guerra Mundial.
George Orwell morreu em 1950, em Inglaterra, vítima de tuberculose. Escreveu também, entre outras obras, Dias da Birmânia (1934), O Caminho para Wigan Pier (1937) eHomenagem à Catalunha (1938).

sexta-feira, 1 de abril de 2016

CLUBE DE LEITURA DE MARÇO

A sessão de ontem do Clube de Leitura foi especial e com muitas surpresas. 

Mesmo a fechar o mês de março, o Clube homenageou a Poesia. Foram muitos os poetas que se ouviram pela voz dos membros do clube, como Cochat Osório, Ana Haterly, Florbela Espanca, Ary dos Santos, Miguel Torga, Sophia de Mello 
Breyner, Filipa Leal, Cecília Meireles e Sebastião da Gama. 

Os poemas, lidos com emoção, trouxeram junto memórias de infância, de lugares e paisagens de longe. Falaram de palavras que aproximam, de amor em palavras e imagens, de confissões, de mar, de espelhos e faces. E que belo reflexo o espelho devolveu... Mas também se falou de um manifesto. Pelos leitores de poesia, é claro! E finalizou-se com um hino à vida, ao nascimento, às mães e ouviu-se um poema musicado, acompanhado por chocolates. 

Mas, porque se entranham as leituras feitas neste Clube, vieram de longe outras surpresas doces. Com referências à obra lida no mês anterior "Gaspar, Belchior & Bastasar", em que a existência de uma iguaria transcendente inventada pelo Divino Doceiro, saciaria para sempre aquele que a provasse, um dos membros do clube tendo estado na Turquia, trouxe para a sessão as famosas delícias turcas. E realmente resultou. Ficamos saciadas de doces e palavras. De poesia e de ternura.

"Se os poetas fossem controladores aéreos, haveria tráfego de andorinhas"
(Filipa Leal,  Pelos leitores de poesia)














terça-feira, 22 de março de 2016

LEITURA DE MARÇO







Leitura indicada: Poesia (escolha livre)

Destinatários: público em geral

Data: 31 de Março de 2016

Horário: 21h00 às 22h00

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

CLUBE DE LEITURA - FEVEREIRO

Ontem, pelas 21 horas, decorreu mais uma sessão do clube de leitura, para partilhar impressões do livro Gaspar, Belchior & Baltasar de Michel Tournier, autor que faleceu em janeiro passado. Se a melhor homenagem que se pode fazer a um escritor é ler a sua obra, foi então isso que fizemos. 

Nada melhor do que pegar nas últimas linhas do «POST -SCRIPTUM», para apontar as razões que levaram o autor a efabular uma reinvenção dos Reis Magos: 
"(...) Estas linhas do Evangelho segundo S. Mateus constituem a única menção feita aos reis magos nos textos sagrados. Os evangelhos segundo S. Marcos, Lucas e João não falam neles. Mateus não lhes dá nomes. O número três é geralmente deduzido dos três presentes mencionados: o ouro, o incenso e a mirra. Tudo o resto releva de textos apócrifos e da lenda, incluindo os nomes de Gaspar, Belchior e Baltasar.
O autor tinha portanto a liberdade de inventar, conforme a sua educação cristã e a magnífica iconografia inspirada na adoração dos magos, o destino e a personalidade dos seus heróis.
(...) A lenda do quarto rei mago, vindo de mais longe que os outros, faltando ao encontro a Belém e errando até Sexta-feira Santa, foi várias vezes contada, nomeadamente pelo pastor americano Henry L. Van Dyke (1852-1933) e pelo alemão Edzard Schaper (nascido em 1908), que se inspirou numa lenda ortodoxa russa."

E foi com muito interesse que conhecemos a vida e acompanhamos a viagem de quatro reis, oriundos do Sudão, Iraque, Síria e Índia, que, com as suas motivações (arte, política, amor  e... culinária!) deixaram os seus reinos, para se aventurarem até Jerusalém. 

Só para aguçar a curiosidade, deixamos algumas pistas que os poderão caracterizar:
 - Gaspar, rei de Méroe: "Sou negro, mas sou rei". "A minha curiosidade entra em constante conflito com a reserva e a distância que a realeza impõe".  
 - Baltasar, rei de Nippur: "Quem sabe - disse ele- se o sentido da nossa viagem não se resume a uma exaltação da negritude?" "(...) pretendo-o ainda - o sentido da justiça e o instinto político necessários e suficientes para governar um povo". 
 - Belchior, principado de Palmira: "Sou rei, mas sou pobre". "Compreendi  pouco a pouco que, no seu espírito, o culto da bela linguagem e das belas coisas praticado ao alto nível devia repercutir-se em todos os escalões certamente em virtudes menos nobres mas essenciais para a conservação do reino, tais como a coragem, o desinteresse, a lealdade, a probidade." 
 - Taor, principado de Mangalore: "Somos sempre mais ou menos o reflexo dos nossos empreendimentos e dos nossos obstáculos". "Dia a dia, exercitara uma operação que nunca lhe viria ao espírito em Mangalore e que era, de resto, completamente estranha aos grandes deste mundo: pôr-se no lugar dos outros e adivinhar assim o que sentem, pensam e projectam".

Boa leitura!









segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Umberto Eco, “o homem que sabia tudo”


MOURAD BALTI TOUATI/EPA



Umberto Eco foi escritor, filósofo, professor, semiólogo e crítico literário. Mais conhecidos do que os seus ensaios, são, porém, os seus romances, e em particular "O Nome da Rosa", que se transformou num best-seller internacional. Umberto Eco morreu na sexta-feira, aos 84 anos, vítima de cancro.



Helena Bento
O italiano "La Reppublica" anunciou a morte de Umberto Eco, na sexta-feira, com um artigo cujo título resume bem não só a sua personalidade, como a importância que ele tinha - e continuará a ter - no seu país de origem e no mundo. "Morreu Umberto Eco, o homem que sabia tudo".
Escritor, filósofo, professor, semiólogo e crítico literário, Umberto Eco é autor de vários ensaios sobre semiótica, estética medieval, linguística e filosofia, mas foi com a publicação de "O Nome da Rosa", seu primeiro romance, em 1980, que ganhou popularidade mundial, inclusive em Portugal. Traduzido para mais de 30 línguas e vencedor de vários prémios literários, o livro foi um enorme sucesso de vendas, transformando-se imediatamente num best-seller internacional.
"O Nome da Rosa" é, contudo, um livro não muito dado a rótulos. Tem tanto de crónica medieval como de relato histórico e intriga policial e detectivesca. Durante as suas pesquisas, um estudioso tropeça por acaso numa tradução francesa de um manuscrito do século XIV, escrito pelo monge benedito alemão Adso de Melk, que ali relata uma sua aventura, vivida na adolescência, ao lado do monge fransciscano Guilherme Baskerville, em que os dois, de visita a uma abadia no norte de Itália, em 1327, se veem subitamente envolvidos numa história de crimes, conspiração e descobertas extraordinárias. O romance foi adaptado ao cinema pelo realizador Jean-Jacques Annaud, em 1986.
Além de "O Nome da Rosa", entre os seus livros mais conhecidos estão "O Pêndulo de Foucault", publicado em 1988, "A Ilha do Dia Anterior" (1994), "Baudolino" (2000), "A Misteriosa Chama da Rainha Loana" (2004) e "O Cemitério de Praga" (2011). Na área das ciências sociais e humanas são também conhecidos os seus "Como se Faz uma Tese em Ciências" e "A Definição da Arte", "Obra Aberta" e "Os Limites da Interpretação".
Umberto Eco não foi o académico e teórico que se protegeu atrás das suas publicações nem o comunicador que opina sobre tudo e a eito. Foi ambos mas sempre na dose certa, e isso nem sempre agradou aos críticos. Eco, de resto, sempre reagiu com humor a tudo o que fosse ego ferido. Numa entrevista de 2002 ao "Guardian", o escritor e filósofo dizia: "Não sou um fundamentalista, dizendo que não há diferença entre Homero e Walt Disney. Mas o rato Mickey pode ser perfeito da mesma forma que um haiku [poema curto] japonês o é.”
Umberto Eco interessava-se por semiótica e filosofia ao mesmo tempo que escrevia sobre futebol e terrorismo e publicidade. A entrevista que deu ao Expresso em abril do ano passado é um bom exemplo dessa diversidade de preocupações. O tema principal eram os livros, mas a conversa fluiu tão naturalmente que jornalista e entrevistado acabaram a falar sobre temas como a migração, refugiados, Estado Islâmico e outros fundamentalismos.
Umberto Eco nasceu em 1932 em Alexandria, uma cidade industrial na região do Piemonte, noroeste de Itália. O seu pai, Giulio, era contabilista, e a mãe, Giovanna, trabalhava num escritório. Enquanto criança, sublinha o "New York Times", Eco passava muito tempo na cave em casa do avô, que era tipógrafo mas na reforma ganhava dinheiro a encadernar livros, a ler as suas coleções de Júlio Verne, Marco Polo e Charles Darwin. Na referida entrevista ao Expresso, Eco conta que a avó materna, "que tinha apenas cinco anos de escolaridade, era uma leitora voraz". "Trazia sempre livros da biblioteca, que lia e me dava a ler. Não era seletiva, devorava Balzac e a seguir uma novela popular. Por isso, aos 12 anos, também eu lia Balzac e novelas de cinco cêntimos, o que me deu o gosto pela leitura", conta.
Eco cresceu, estudou filosofia e estética e formou-se na Universidade de Turim com uma tese sobre a estética de São Tomás de Aquino. A partir de meados dos anos 50 começa a trabalhar na RAI, a televisão pública italiana, em programas culturais. É também nesta altura que começa a interessar-se por semiótica, a ciência dos signos, e é contratado para dar aulas na Universidade de Bolonha (primeiro de filosofia e depois de semiótica).
O seu último romance, "Número Zero" - uma reflexão sobre os jornais e os jornalismo - foi publicado no ano passado. A editora independente O Navio de Teseu, fundada pelo próprio Eco e outros autores, anunciou entretanto que vai antecipar a publicação do último livro do escritor e filósofo para 27 de fevereiro. O livro, intitulado "Pape Satàn Aleppe", reúne as suas crónicas publicadas na revista "L'Espresso" desde 2000.

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