quarta-feira, 10 de julho de 2013

Leitura Julho





Livro do mês: “A mãe que chovia” de José Luís Peixoto
Destinatários: público em geral
Data: 25 Julho de 2013
Horário: das 21h00 às 22h00
Local: Sessão on-line









Sinopse

O protagonista do primeiro livro infantil de José Luís Peixoto é filho da chuva. Com uma mãe tão original, tão necessária a todos, tem de aprender a partilhar com o mundo aquilo que lhe é mais importante: o amor materno. Através de uma ternura invulgar, de poesia e de uma simplicidade desarmante, este livro homenageia e exalta uma das forças mais poderosas da natureza: o amor incondicional das mães.





Ler Mais, Ler Melhor - A Mãe Que Chovia, de José Luís Peixoto

9 comentários:

  1. Na minha opinião, um livro muito bonito mas cheio de melancolia.
    Apesar do autor querer exaltar o amor incondicional que é o amor de mãe, a sensação que tive em toda a leitura é que é um livro sobre a ausência. Um livro de certa forma triste, onde a sensação de abandono e a procura de amor e de proteção é uma constante….
    Penso que, mais do que um livro infantil, é realmente é um livro para ser lido às crianças por um adulto que possa tirar dúvidas, falar sobre as crianças órfãs, crianças em centros de acolhimento, falar sobre a adoção…
    Pergunto-me o que sentirá uma criança que leia este livro sozinha. De que forma é que dará asas à sua imaginação?

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  2. Abandono, solidão, mágoa, desencontros… são estados de espírito que perpassam todas as páginas do primeiro livro infantil do José Luís Peixoto, habilmente ilustrado pelo Daniel Silvestre da Silva que, com matizes de chuva, complementa o texto por forma a orientar o leitor para o desfecho que se intensifica a partir da página 44. Este menino, com idade de mais ou menos, revela tal como a maioria das crianças, grande engenho e coragem.
    Dada a complexidade da temática, bem como a forma como é retratada em todo o livro, penso que deverá ser aconselhado a jovens a partir dos 8/9 anos.

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    Respostas
    1. Sim, também concordo que só a partir dessa idade, possa ser compreendida a essência da mensagem.
      Quanto à ilustração, está realmente bem conseguida!

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  3. “Longe, sentia saudades do filho e algumas das gotas que chovia eram lágrimas.”
    (pág. 21)

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  4. Em relação às hipóteses interpretativas que possam fazer, considero que possam surgir muitas situações... Desde logo dependendo das vivências que tiverem tido, mas também porque, nestas idades, os leitores ainda gostam de se projetar nas situações apresentadas e vestir a pele dos personagens.

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  5. Destinado às crianças, "A mãe que chovia" é um conto que, pela mensagem que veicula, se adequa a todas as gerações e permite uma forte ligação entre mães e filhos.
    A mensagem não é facilmente apreendida pelas crianças devido à linguagem metafórica, à personificação da chuva (que dá vida) e ao vocabulário, por vezes complexo, pelo que não é um livro para leitura autónoma dos mais novos, mas, sim, para leitura orientada, partilhada, usufruída e saboreada.
    Narrativa de grande sensibilidade poética, "A mãe que chovia" é um hino a todas as mães que correm para abrigar os seus filhos.
    “Porque tudo aquilo que fazes crescer faz crescer também, dás vida que dá vida. A mim, que sou teu filho, teu filho, deste-me toda a vida que tenho e dá-me sempre o teu amor mais brilhante.” (pág. 59)
    E é esta certeza que une dois seres mesmo que um não possa estar onde o outro está.
    Sem chuva não há vida. E a chuva chove para alimentar o seu filho e para o ver feliz.
    Mas, do ponto de vista do leitor-criança, uma criança filha da chuva não é o arquétipo a que está habituado. Daí que a leitura tenha de ser feita a meias, conversada.
    Assim, este conto é o pretexto para que dois seres que andaram unidos durante nove meses, continuem unidos por um livro. O livro passa a ser o cordão umbilical que permite que ambos, mãe e filho concluam: “És a minha mãe inteira e eu sou o teu filho inteiro.” Porque esse cordão é tecido com amor: “Amor, essa palavra. Mãe, choves essa palavra dentro de mim” (pág. 59)

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  6. Partilho da opinião da Teresa. Este é, de facto, um livro triste, na cor das ilustrações, na expressão do menino e na temática, indissociável da situação de solidão, abandono e isolamento da criança . Considero-o um exercício de escrita, na continuidade do que têm feito alguns escritores de nome construído. É uma espécie de prova prestada ou a prestar…
    Aparentemente destina-se a um público infantil, mas a temática, a linguagem e alguns “saltos” na história exigem um “amadurecimento” que permita construir associações, simbologias e abstrações.
    Afinal, a chuva tem algo da mãe (é aconchegante adormecer, ouvindo a chuva, mas….) mas …
    O título é incrivelmente interessante e constrói duas interpretações ( para o leitor adulto!) : a mãe que chove (sim, também nos cabe, a nós mães, essa função!) e o menino que tem como mãe a chuva ( porque a escolheu, porque não tem outra, porque sempre lhe disseram “ que era filho da chuva”).
    Permitam-me que destaque uma passagem, não por me ter deliciado ( um punhado delas deixaria aqui para ilustrar essa sensação), mas por me ter causado estranheza: “ (…) o rapaz começou a ficar coitado”(p.35). Talvez seja um regionalismo que desconheço, ou um arcaísmo que recordo da poesia trovadoresca…
    Boas férias e boas leituras! Um sorriso para vocês.

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  7. Desulpem, o comentário anterior ficou "desalinhado". Ontem não consegui publicá-lo e hoje, não tendo lido os comentários da Luísa e da Ana Paula, procedi à inserção do texto sem o atualizar!

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  8. Quem não gosta do aconchego das mães e do mimo?
    E então num dia de chuva...
    É deveras um livro interessante, com muito simbolismo poético, uma busca interessante e incessante de construção e associação de frases, de metáforas e brinca com as palavras simplesmente fazendo-as fluir e cair como a chuva...
    É efetivamente um livro para jovens que gostem de ler e que queiram ler!

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