Livro indicado: “A noite das mulheres cantoras” de Lídia Jorge
Destinatários: público em geral
Data: 26 de novembro 2015
Horário: 21h00 às 22h00
Sinopse:
Há uma pergunta que percorre este romance de Lídia Jorge, da primeira à última página: Quantas vítimas se deixa pelo caminho para se perseguir um objectivo? A acção do romance decorre no final dos anos 80 do século XX e invoca um tema de inesperada audácia - o da força da idolatria e a construção do êxito - visto a partir do interior de um grupo, narrado 21 anos mais tarde, na forma de um monólogo.
Como é habitual na obra da autora, a questão social é relevante - a força do todo e a aniquilação do indivíduo perante o colectivo são temas presentes neste livro. Mas aqui, tratando-se de um grupo fechado e dominado pela música, a parábola social submerge perante a descrição de um ambiente de grande envolvimento humano e de densidade poética.
Servido por uma narrativa ao mesmo tempo rude e mágica, A Noite das Mulheres Cantoras propõe a quem o lê a história de seis figuras que passam a viver para sempre no nosso imaginário.
A história de amor comovente que une as duas personagens principais, Solange de Matos e João de Lucena, é, por certo, um daqueles episódios que iluminam a realidade e tornam indispensáveis a grande literatura sobre a vida de hoje, com os ingredientes próprios da cultura dos nossos dias.
Como é habitual na obra da autora, a questão social é relevante - a força do todo e a aniquilação do indivíduo perante o colectivo são temas presentes neste livro. Mas aqui, tratando-se de um grupo fechado e dominado pela música, a parábola social submerge perante a descrição de um ambiente de grande envolvimento humano e de densidade poética.
Servido por uma narrativa ao mesmo tempo rude e mágica, A Noite das Mulheres Cantoras propõe a quem o lê a história de seis figuras que passam a viver para sempre no nosso imaginário.
A história de amor comovente que une as duas personagens principais, Solange de Matos e João de Lucena, é, por certo, um daqueles episódios que iluminam a realidade e tornam indispensáveis a grande literatura sobre a vida de hoje, com os ingredientes próprios da cultura dos nossos dias.
LÍDIA JORGE
Romancista,
contista e autora de uma peça de teatro, Lídia Guerreiro Jorge nasceu em
Boliqueime em 1946.
Licenciada
em Filologia Românica, foi professora liceal em Lisboa e em África – Angola e
Moçambique – para onde partiu em 1970. Ali viveu o marcante ambiente da Guerra
Colonial, que mais tarde descreveria no romance A Costa dos Murmúrios através
da perspectiva de uma personagem feminina, a mulher de um oficial do exército
português de serviço em Moçambique.
De regresso a Lisboa continuou a actividade docente e, em 1980, publicou o
romance O Dia dos Prodígios, que lhe valeu o Prémio Ricardo Malheiros, da
Academia das Ciências de Lisboa. Esta sua primeira obra publicada deve um
impulso à revolução de Abril de 1974: O Dia dos Prodígios constrói-se
como uma alegoria do país fechado e parado que Portugal era sob a ditadura,
permanentemente à espera de uma força que o transformasse. O romance teve
grande impacto junto do público e da crítica e Lídia Jorge foi de imediato
saudada como uma das mais importantes revelações das letras portuguesas e uma
renovadora do nosso imaginário romanesco.
A linguagem narrativa deste romance e do seguinte – O Cais das Merendas –
remete para a atmosfera do realismo mágico, sobrepondo vários planos narrativos
numa estrutura polifónica de onde se destacam personagens que adquirem uma
dimensão metafórica, ou mesmo mítica. A autora tem entretanto vindo
progressivamente a adoptar um tom mais realista, nomeadamente em O Jardim
sem Limites, onde à pequena aldeia de Vilamaninhos, que simbolizava no seu
primeiro romance o Portugal pequenino e arcaico, se substitui Lisboa, a
metrópole europeia onde se cruzam todas as influências e se rarefazem
identidades e territórios. Nos romances de Lídia Jorge, a condição
sócio-cultural das personagens, sobretudo as femininas, reflecte-se em
diálogos, testemunhos a que não é alheia a atenção que a autora dispensa à
tradição oral, em relação directa com a crónica da nossa história recente,
antes e depois da revolução. A sua peça para teatro (A Maçon) procura um tempo
mais remoto, os primeiros anos da ditadura, para retratar a condição feminina
imposta pela ideologia do Estado Novo e a perda de liberdades (também) por
parte das mulheres.
A par da actividade literária, Lídia Jorge foi professora convidada da
Faculdade de Letras de Lisboa, actividade que interrompeu para desempenhar
funções na Alta Autoridade para a Comunicação Social, entre 1990 e 1994.
Os seus livros têm-lhe merecido variadíssimos prémios e estão traduzidos para
diversas línguas.
Centro
de Documentação de Autores Portugueses
05/2004
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