sexta-feira, 30 de setembro de 2016

CLUBE DE LEITURA - SETEMBRO


 
 
 
 
 
 
 
Ontem, 29 de Setembro, pelas 21 horas, decorreu a habitual sessão mensal do Clube de Leitura,  para uma conversa informal sobre a obra "O nome da Rosa", em jeito de homenagem ao grande e erudito escritor italiano Umberto Eco.

"O nome de rosa" foi publicado nos inícios dos anos 80 e tornou-se um marco, foi como que um ponto de partida, um modelo, uma matriz, para os romances históricos que se lhe sucederam até aos dias de hoje.

Eco deve ter-se divertido a escrever esta obra, pois a certa altura refere "Eu queria que o leitor se divertisse. Pelo menos tanto quanto eu próprio me diverti".

Ao justificar-se refere "escrevi um romance porque me apeteceu... levado por uma ideia seminal. Apetecia-me envenenar um monge" muito embora "Um escritor não deve fornecer interpretações da sua própria obra, senão não escreveria um romance, que é uma máquina de criar interpretações".


Eco transporta-nos numa viagem no tempo "obviamente a Idade Média" , da qual ele era especialista, em forma de romance policial, mas com com uma riqueza de vocabulário e informação que nos enriquece nas mais diversas formas de conhecimento, seja sobre filosofia, religião, ordens religiosas, alquimia, arquitetura, simbologia, etc.


Tem como tema central a luta pelo poder entre monges dentro da mesma ordem religiosa, ou entre diferentes ordens, entre Papas, entre imperadores, mas também sobre a importância do poder do conhecimento, como na pré-história terá tido o poder do fogo.

E porquê este título? Umberto confessou que "Um título deve confundir as ideias e não orientá-las", e remata "a rosa é uma figura simbólica tão densa de significado... rosa mística... a guerra das duas rosas, uma rosa é uma rosa é uma rosa é uma rosa... os rosa-cruz, obrigado pelas belíssimas rosas, rosa fresca e perfumada"

"Stat rosa pristina nomine, nomina nuda tenemus" significa "A rosa antiga está no nome, e nada nos resta além dos nomes".

A rosa é o símbolo do poder infinito das palavras...

Obrigada Umberto Eco pela magnífica ROSA!

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