Correndo riscos tremendos, Nadia não desistirá, porém, de
procurar o menino, ainda que para isso tenha de forjar uma nova
identidade, de fazer falsas denúncias, de correr os orfanatos cujas
imagens terríveis chocaram o mundo e até de integrar uma rede que
transporta clandestinamente crianças romenas seropositivas para o
Ocidente. Mas será que o seu sofrimento pode ser apaziguado enquanto
Paul for vivo? Enquanto o ditador for vivo?
Quem é Ana Cristina Silva?
Ana Cristina Silva nasceu em Lisboa e é docente universitária no
ISPA-IU. Doutorada em Psicologia da Educação. Escreveu até ao momento
dez romances: Mariana, Todas as Cartas (2002), A Mulher Transparente (2003), Bela (2005), À Meia-luz (2006), As Fogueiras da Inquisição (2008), A Dama Negra da Ilha dos Escravos (2009), Crónica do Rei-Poeta Al-Mu’Tamid (2010), Cartas Vermelhas (2011, selecionado como Livro do Ano pelo jornal Expresso e finalista do Prémio Literário Fernando Namora), O Rei do Monte Brasil (2012, finalista do Prémio SPA/RTP e do Prémio Literário Fernando Namora, e vencedor do prémio Urbano Tavares Rodrigues) e A Segunda Morte de Anna Karénina (2013, finalista do Prémio Literário Fernando Namora).
Entrevista:
Sessão de apresentação na Livraria Barata, em Lisboa, por Ana Margarida Carvalho
Críticas:
Opiniões:
Gosto muito da escrita de Ana Cristina Silva e confesso que as minhas
expectativas para esta leitura eram muito elevadas! Talvez por isso
tivesse achado que este livro poderia ser maior. Passo a explicar
melhor.
Sou fã da Ana Cristina. Creio que o primeiro livro que li foi As
Fogueiras da Inquisição. Seguiram-se Cartas Vermelhas e A Segunda Morte
da Ana Karenina. Adorei todos. Li também O Rei do Monte Brasil.
A Noite Não é Eterna conquistou-me pela capa que achei fantástica. A
história passa-se em Bucareste, na Roménia, no tempo de Ceausescu. O
ambiente está descrito em conformidade com o terror vivido nessa altura.
A fome e o medo das denúncias são uma constante na vida dos seus
habitantes. Para Nádia, porém, o verdadeiro terror surge quando o seu
marido, um quadro do partido, entrega o filho de ambos ao cuidado do
Estado, para ser criado e educado pelo partido, pois até então vivera
sempre um pouco protegida dos horrores que se viviam.
São situações contadas pela autora que transmitem com muita
veracidade o que na realidade se passava na Roménia sob o jugo desse
ditador. Nádia incansavelmente procura seu filho e é nessa busca que
abre os olhos para tudo o que se vivia nos orfanatos de então.
Encontrará ela o seu menino? Poderá fazer alguma coisa para o libertar?
Bem escrito, como seria de esperar, este romance transporta-nos para
uma época da qual conhecemos alguns factos e que, com os personagens
ficcionados pela autora, conseguimos visualisar na perfeição. Pena que
tivesse só duzentas páginas...
Terminado em 27 de Março de 2016
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