Ontem, pelas 21h00, teve lugar a habitual sessão mensal do Clube de
Leitura, para uma abordagem e debate sobre a obra “A grandeza das coisas sem
nome” de Enrique Arce, ator da mundialmente conhecida série A Casa de Papel, que
se estreou na literatura com uma história comovente, surpreendentemente sincera,
que nos transforma de maneira iniciática.
Este romance foi considerado por quase todos os membros do Clube, com algum
valor literário, leve, faltando-lhe abordar os temas com um pouco mais de profundidade
e maturidade.
No dia em que recebe um Tony que o consagra como um dos grandes atores da
Broadway, Samuel recebe também a notícia da morte da sua irmã em Madrid.
Regressa à sua terra natal para assistir ao funeral e para reencontrar o seu
pai, de quem nada sabia há 35 anos. Na mala leva o prémio para lhe oferecer e
provar que venceu na vida. "Ao funeral de um ente querido trazemos uma
coroa de flores para prestar homenagem ao morto e não uma de louro para nos
vangloriarmos" foi a única coisa que recebeu em troca.
Ao enfrentar o seu passado, os segredos da sua família, as suas traumáticas
memórias de infância, Samuel inicia uma viagem de transformação interior. Pelo
caminho descobre o poder do amor, da amizade, do perdão, a importância de
aprender com os erros e os fracassos e de enfrentarmos os nossos medos para
conquistarmos o bem mais preciso que temos: a nossa própria vida.
A história em si é interessante,
intensa, com temas emocionantes e muito atuais, que prende o leitor através de
alguns artifícios usados na descrição.
O narrador envolve-nos no mundo das dependências humanas (amor, álcool,
tabaco, droga), alertando para a necessidade de podermos fazer pausas na vida para
refletirmos e nos reencontrarmos, seja através do silêncio, ou do regresso às
origens, ao passado, para conseguirmos chegar à essência das coisas, porque "As coisas que são por definição mais valiosas, as mais bonitas, são as que não se compram nem se pagam com dinheiro..."
“E, no final, parece que nós é que complicamos tudo!
“E, no final, parece que nós é que complicamos tudo!
O segredo está em olharmos simplesmente, respirarmos calmamente, fazendo o
percurso devagar…”
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