Com uma periodicidade mensal (à exceção de agosto), o Clube de
Leitura destina-se a promover o prazer da leitura partilhada. As reuniões
decorrem à volta de um livro previamente escolhido e lido por todos,
proporcionando a convivência e a discussão entre quem gosta de ler e explorar
os livros lidos, tornando a experiência da leitura ainda mais estimulante.
Pontualmente poderá ter um escritor/dinamizador convidado.
Livro indicado: “VIAGEM PELA
VIDA E POESIA DOS POETAS HOMENAGEADOS NA POESIA À MESA 2020”
Data: 26 março, 21h00 às 22h00
Sinopse: Nesta sessão dedicada à Poesia, no mês em que a
Poesia invade a cidade, pretende-se aprofundar conhecimentos sobre a vida e a
obra poética dos poetas homenageados no Festival da Poesia à Mesa 2020.
Saiba mais:
MAFALDA VEIGA (1965-)
Nasceu em Lisboa em 1965 numa família de origem alentejana.
Estudou Línguas e Literaturas Modernas. Passou parte da adolescência em Espanha
e, quando regressou, o pai ofereceu-lhe uma guitarra e o tio, guitarrista de
fado, iniciou-a na composição. Em 1987 lança o 1º álbum tornando-se quase
de imediato numa cantora e compositora muito popular. Escreve a maioria das
suas letras, poemas simples e sensíveis, que são entoados de cor por várias
gerações de portugueses. Publicou Livro de canções e, em 2019, E
arrumei as gavetas e cuidei do meu jardim. Em 2005 estreou-se na literatura
infantil.
HERBERTO HELDER (1930-2015)
Nasceu no Funchal, começou por estudar Direito mas mudou para
Filologia Românica que frequentou durante três anos. Colaborou em vários
periódicos como A Briosa, Re-nhau-nhau, Búzio, Folhas
de Poesia, Graal, Cadernos do Meio-dia, Pirâmide, Távola
Redonda e Jornal de Letras e Artes. Em 1969 trabalhou como
diretor literário da editorial Estampa. Viajou pela Bélgica, Holanda, Dinamarca
e em 1971 partiu para África onde fez uma série de reportagens para a revista Notícias.
O seu estilo é inconfundível, sofisticado e visceral ao mesmo tempo, como se
escrevesse numa língua própria. Em 1994 foi-lhe atribuído o Prémio Pessoa, que
recusou. Foi considerado o maior poeta português da segunda metade do século XX
e um dos mentores da Poesia Experimental Portuguesa.
FERNANDO ASSIS PACHECO (1937-1995)
Nasceu em Coimbra. Foi ator de teatro e redator da
revista Vértice. Licenciou-se em Filologia Germânica e ingressou no
serviço militar em 1961, tendo estado em Angola até 1965, experiência que viria
a marcar muito a sua escrita. Foi poeta, cronista e jornalista, deixando marca
como grande repórter no Diário de Lisboa, na República,
no Jornal de Letras, Artes e Ideias, no Musicalíssimo e
no Se7e, onde foi diretor-adjunto. Foi redator e chefe de redação
de O Jornal, semanário onde exerceu crítica literária. Colaborou
também na RTP. Publicou em 1963 o seu primeiro livro, Cuidar dos
Vivos. Dos vários livros publicados destacam-se Variações em Sousa, Walt e Trabalhos
e Paixões de Benito Prada. A Musa Irregular reúne toda a sua
produção poética. Traduziu para português obras de grandes nomes do panorama
literário e tornou-se muito querido do grande público com a brilhante
participação no concurso televiso "A Visita da Cornélia". Morreu à
porta de uma livraria.
SOROR VIOLANTE DO CÉU (1601-1693)
Nascida Violante Montesino, em Lisboa, no reinado dos Filipes. Aos
29 anos, depois de um longo e intenso desgosto de amor, entrou no Convento de
Nossa Senhora da Rosa (monjas da Ordem dos Pregadores, Lisboa). Foi poetisa e
escritora, famosa dentro e fora de Portugal, conhecida nos meios culturais da
época como Décima Musa e Fénix dos Engenhos Lusitanos. Foi um dos
expoentes máximos do conceptualismo barroco português. Mantendo o lirismo,
desenvolveu uma componente intelectual anteriormente apartada do sexo feminino.
Compôs uma comédia para ser representada durante a visita de Filipe III a
Lisboa. Era fluente em português, latim, espanhol, tocava harpa e cantava.
MÁRIO-HENRIQUE LEIRIA (1923-1980)
Nasceu em Lisboa. Foi aluno da Escola Superior de Belas Artes de
onde foi expulso em 1942, por motivos políticos. Foi escritor, poeta, encenador
teatral e pintor surrealista, chegando a ser editor no Brasil, onde esteve
exilado. É um dos nomes maiores das letras lusas e um dos grandes autores
de culto do século XX.
Expoente maior do surrealismo, foi um obreiro das literaturas
alternativas, quer como escritor, quer como tradutor de várias literaturas e
géneros de vanguarda à época (ficção-científica ou policial psicológico).
Apesar de curta, a obra de Mário-Henrique Leiria aborda os mais
diversos géneros e formas. Para além dos famosos Contos do Gin-Tonic, na
obra Novos Contos do Gin-Tonic pode encontrar-se poesia, colagem,
novela, cartas, traduções, prefácios e artigos.
ANDREIA C. FARIA (1984-)
Nasceu no Porto em 1984. Foi premiada com o Melhor Livro de Poesia
nos Prémios Autores de 2018 da Sociedade Portuguesa de Autores, com o livro
Tão Bela Como Qualquer Rapaz que foi também incluído pelo crítico e
ensaísta António Guerreiro na lista dos melhores livros de poesia de 2017.
Publicou em 2008 o seu primeiro livro de poemas, De haver
relento. Seguiram-se Flúor e Um pouco acima do lugar onde melhor
se escuta o coração. Em 2019, publicou um volume com a sua obra reunida em Alegria
para o fim do mundo, na coleção Elogio da Sombra, coordenada por Valter
Hugo Mãe, que considera que “o trabalho de Andreia C. Faria está entre os mais
urgentes, magníficos, da poesia contemporânea”.
Um poema seu foi incluído na antologia Os Cem Melhores Poemas
Portugueses dos Últimos Cem Anos (2017).
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