O Clube de Leitura da Biblioteca Municipal reuniu para mais uma sessão mensal, para a abordagem da obra “Lá, onde o vento chora” da escritora americana Delia Owens, que já está a ser alvo de uma adaptação cinematográfica.
De título poético e inspirador, bastante apelativo e de leitura muito agradável, somos transportados para a Carolina do Norte, EUA, em contexto dos anos 50 e 60 e num local paradisíaco de um pantanal, na costa Atlântica.
Owens dedicou toda a sua vida ao estudo da natureza e
sendo zoóloga de profissão, neste seu primeiro romance, além das personagens
que nos vai apresentando, o meio ambiente e a biodiversidade assumem um papel
de destaque e o comportamento animal é também uma fonte de inspiração para a construção desta história.
Trata-se de um romance tradicional, no qual não faltam os “condimentos” para uma boa trama, como a violência doméstica, alcoolismo, abandono familiar, agressões físicas e psicológicas, crime, segregação racial da época e até a marginalização social de alguns brancos quando não cumpriam os parâmetros ditos normais.
Uma história com mistério, drama, solidão, isolamento, mas também de crescimento que nos comove e surpreende.
Para melhor nos afundarmos no ambiente, as referências musicais remetem-nos para três canções populares americanas, Shenandoah, Dixie e Michael Row the Boat Ashore, as quais podemos escutar nas vozes de Pete Seeger, Bruce Springsteen, Bob Dylan, etc.
“Kya tem apenas seis anos de idade quando vê a mãe sair de casa, com uma maleta azul e sapatos de pele de crocodilo, e percorrer o caminho de areia para nunca mais voltar. À medida que todas as outras pessoas importantes na sua vida a vão igualmente abandonando, Kya aprende a ser autossuficiente: sensível e inteligente, sobrevive completamente sozinha no pantanal a que chama a sua casa, faz amizade com as gaivotas e observa a Natureza que a rodeia com a atenção que lhe permite aprender muitas lições de vida.
O isolamento em que vive durante tantos anos influencia o seu comportamento: solitária e fugidia, Kya é alvo dos mais cruéis comentários por parte dos moradores da pacata cidade de Barkley Cove. E quando o popular e charmoso Chase Andrews aparece morto, todos os dedos apontam na direção de Kya, a miúda do pantanal. É então que o impensável acontece.”
A leitura desta obra permitiu-nos viajar no tempo, no espaço e até pela música folk americana.
Vale a pena ler! Sentirá prazer e uma irresistível dependência até ao final.
Sem comentários:
Enviar um comentário