quinta-feira, 2 de setembro de 2021

CLUBE DE LEITURA -SETEMBRO

Com uma periodicidade mensal (à exceção de agosto), o Clube de Leitura destina-se a promover o prazer da leitura partilhada. 

As reuniões decorrem à volta de um livro previamente escolhido e lido por todos, proporcionando a convivência e a discussão entre quem gosta de ler e explorar os livros lidos, tornando a experiência da leitura ainda mais estimulante. Pontualmente poderá ter um escritor/dinamizador convidado.

O Clube de  Leitura reunirá a 30 de setembro de 2021, pelas 21h00, para a abordagem da obra "Bom dia, tristeza" de Françoise Sagan.





Sinopse: O romance BonjourTristesse surpreendeu toda a gente pelo seu apuro formal e a sua solidez narrativa, situando-o na tradição do romance psicológico francês.

A sua prosa contida, seca e austera faz lembrar a dos maiores nomes da literatura francesa. No entanto, dentro dos limites da forma clássica, Françoise Sagan expressa um amoralismo e um tédio precoce em relação a um mundo com que muitos dos seus leitores se identificaram. Fortemente influenciada pelas primeiras obras de Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir, Sagan criou personagens cujas vidas são marcadas pela solidão, por um sentido agudo da passagem do tempo e especialmente pelo tédio. A sua ocupação principal é a busca do prazer, mas são continuamente decepcionadas pelo carácter efémero de todos os prazeres, de todas as relações humanas. Evitando qualquer tipo de grandiloquência, Françoise Sagan apresenta em Bonjour Tristesse uma visão da realidade que é fundamentalmente crua e descomprometida.
Em 1953, aos 18 anos de idade, a jovem que viria a ser conhecida como Françoise Sagan foi reprovada em exames prestados na Sorbonne, em Paris. Durante as férias de Verão daquele ano, refazendo-se da frustração, passou várias semanas a escrever o seu primeiro romance, Bonjour Tristesse, publicado em 1954.
O livro fez um sucesso extraordinário, e a autora, cercada de enorme publicidade, transformou-se em uma espécie de porta-voz de uma geração entediada e desiludida de jovens franceses do pós-guerra. O livro, de facto, embora tenha a sua trama situada na Riviera francesa, ecoa o estado de espírito das caves parisienses, onde se praticava o «comportamento existencialista».
O lançamento da edição americana em 1955 ampliou internacionalmente o sucesso do romance, que adquiriu um renome ainda maior ao ser adaptado para o cinema em 1957. Dirigido por Otto Preminger, o elenco do filme era composto por David Niven, Deborah Kerr e Jean Seberg.


Quem foi Françoise Sagan?

Escritora francesa, de seu verdadeiro nome Françoise Quoirez, nasceu a 21 de Junho de 1935, em Cajarc, Lot, e morreu a 24 de Setembro de 2004, em Honfleur, vítima de uma embolia pulmonar. Aos 18 anos, conheceu um sucesso fulgurante com o seu primeiro romance de juventude, Bonjour Tristesse, que, em 1954, se tornaria num escândalo mundial, ao mesmo tempo que vendia milhões de exemplares. O argumento desta obra seria, quatro anos mais tarde, adaptado ao cinema por Otto Preminger, juntando dois grandes nomes do meio artístico: Deborah Kerr e David Niven. Seguiram-se outros sucessos como Un certain sourire (1956), Aimez-vous Brahms? (1959), La Chamade (1965), Le Lit Défait (1979) e La Femme Fardée (1981), e as peças de teatro Château en Suède (1960) e Le Cheval Évanoui (1966), em que explora a psicologia das relações amorosas em certos meios sociais do nosso tempo. Segundo a autora as suas obras falam essencialmente da solidão e da forma de as pessoas se livrarem desse estado.

A sua paixão pela velocidade desmedida e pelo álcool, os sucessivos tratamentos de desintoxicação a que foi submetida e a sua dependência pelo jogo levaram-na praticamente à ruína. A partir de 1990, o seu nome foi, por várias vezes, envolvido em escândalos relacionados com uso e posse de droga e, em 2002, apareceu implicado numa fraude fiscal ligada à companhia petrolífera ELF Aquitaine.


Curiosidades:


Edifício Bonjour Tristesse de Siza Vieira em Berlim (?)

"Mon père avait loué, sur la Méditerranée, une grande villa blanche, isolée, ravissante, dont nous rêvions dès les premières chaleurs de juin. Elle était bâtie sur un promontoire, dominant la mer, cachée de la route par un bois de pins; un chemin de chèvres descendait à une petite crique dorée, bordée de rochers roux où se balançait la mer" (1ª parte, cap.1). 

Conseguimos perceber que esta "villa" se situa perto de Fréjus, pois é lá que Raymond vai esperar Anne, que devia chegar de comboio, vinda de Paris (1ª parte, cap. 2). 

Também saíam muitas vezes à noite para ir às "boîtes" de Saint-Tropez (1ª parte, cap. 4).


Um dia o pai de Cécile decidiu que iriam passar o serão a Cannes, jogar e dançar (1ª parte, cap. 5).

Numa outra noite vão a Saint- Raphaël encontrar-se com uns amigos para tomar um aperitivo e jantar (2ª parte, cap. 7).

Anne tem o acidente de carro na "Route de l'Estérel". O carro caiu de uma altura de 50 metros. 

As cidades de Fréjus e Saint-Raphaël ficam lado a lado. 

A"Route de l'Estérel", também conhecida por "Corniche de l'Estérel" ou "Corniche d'Or", é uma estrada criada em 1903 pelo "Touring Club de France". Começa em Cannes e termina em Saint Raphaël, sempre junto ao mar, durante cerca de 42 km. É muito sinuosa e oferece panoramas extraordinários, alternando o azul do mar, o verde da vegetação e o vermelho das rochas de pórfiro do "Massif de l'Estérel". É um dos mais belos circuitos turísticos de França.  











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