Na passada 5ª feira, dia 29, pelas 21
horas decorreu a sessão do Clube de Leitura de abril, com a animada presença de
grande parte dos seus elementos.
A obra em análise e discussão foi
"Trilogia", a mais recente publicação do norueguês Jon Fosse, nascido
em 1959, um dos "dramaturgos europeus vivos mais representados nos palcos
de todo o mundo".
Em oposição à sua escrita para teatro, a
obra em prosa é referida como "prosa lenta", demorada, com
constantes movimentos de avanço e recuo, com repetições, transportando o leitor
para um estado quase hipnótico, a pairar entre o silêncio e a palavra.
A nível estilístico assemelha-se a
Saramago por não utilizar quase pontuação, o que faz fluir melhor o pensamento
aproximando-se assim da linguagem oral.
Esta obra é um hino ao amor, as personagem
são de uma pureza surpreendente, há uma estranha convivência entre vivos e
mortos, uma imensa melancolia num ambiente em que está sempre presente a costa
marítima, os fiordes, uma natureza agreste e fria mas simultaneamente bela
e mística.
Composta por três novelas — Vigília (2007), Os
Sonhos de Olav (2012) e Fadiga (2014) —, escritas
numa linguagem simples e inspiradora e que se fundem numa única história, Trilogia é
uma parábola de inspiração bíblica sobre o amor, o crime, o castigo e a
redenção, que valeu a Jon Fosse, um dos escritores mais celebrados da nossa
contemporaneidade, o Prémio Literário do Conselho Nórdico. Autor multipremiado,
com destaque para o Prémio Internacional Ibsen, o Prémio Europeu de Literatura
e o Prémio de Literatura do Conselho Nórdico.
Jon Fosse vive desde 2011
na "Grotten", uma residência honorária propriedade do Estado
Norueguês e localizada nas instalações do Palácio Real no centro de Oslo. É um
edifício do século XIX e está situado sobre uma gruta.
O uso da Grotten como residência
permanente é uma honra especialmente concedida desde 1920 pelo Rei da Noruega a
artistas, pelas suas contribuições para as artes e cultura norueguesas.
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