terça-feira, 17 de junho de 2014

LEITURA DE JUNHO



Livro indicado:"Irmão Lobo" de Carla Maia Almeida

Destinatários: Público em geral

Data: 26 de Junho 2014

Horário: 21h00 às 22h00







IRMÃO LOBO

Malik. Penso nele como um totem que mantinha a tribo unida, a tentar adaptar-se ao apartamento e a sonhar com o seu antigo tipi rodeado de verde.Nas poucas fotografias que tirámos depois de ele partir, parecemos um punhado de moedas atiradas ao ar, caídas ao acaso, afastadas umas das outras. Esta, por exemplo, com a Blanche a olhar para mim, Alce Negro a olhar para o céu, o Fóssil a olhar para os ténis e a Miss Kitty de óculos escuros, a olhar para dentro, para os lugares onde só ela entrava. Depois daquele verão em que tudo começou a arder, nunca mais aparecemos os cinco nas fotografias. Foi o verão da Grande Travessia no Deserto da Morte. Ou, simplesmente, o verão da Grande Travessia.Lembro-me como se fosse hoje.
Carla Maia de Almeida é autora do blogue O Jardim Assombrado.
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- Nomeado para o "Prémio Autores 2014" da Sociedade Portuguesa de Autores/ Categoria "Melhor livro infanto-juvenil"
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Em Irmão Lobo, Carla Maia de Almeida conseguiu um pequeno milagre: mostrar a partir de dentro, com o equilíbrio certo de rigor narrativo e pensamento mágico (sublinhado pelas extraordinárias ilustrações de António Jorge Gonçalves), a história de uma família em processo de desagregação.(...)
À medida que as dificuldades se acentuam, todos têm de aprender a "respirar debaixo de água" ou a "flutuar". E depois há a sombra da morte, raras vezes aflorada num livro juvenil de forma tão pungente, sem deixar de ser subtil e delicada, apenas sugerida no movimento de um corpo que se afasta, "desaparecendo onde o fumo se misturava com a noite".José Mário Silva, revista LER
Livro para crianças e adolescentes? Apenas meia verdade. “Irmão Lobo” é um livro tão bom que todos os crescidos deveriam ser obrigados a lê-lo.Pedro Miguel Silva, Site Rua de Baixo 
(...) A descrição dos estados de alma é tão cuidada que se torna impossível que o leitor não se emocione. Há uma espécie de diálogo imanente com a experiência íntima de cada um e, sem qualquer retórica universalizante, este é um livro que potencialmente se inscreve em todos os leitores. Esperança, redenção, castigo, cobardia, perda, renascimento, sobrevivência, resistência…O fôlego desta narrativa é imenso, e as ilustrações, apenas a azul e preto, deixam sinais de vazio, de vestígio, de último reduto de segurança. (...) António Jorge Gonçalves reforça momentos da narrativa com perspetivas espaciais que ampliam as inferências emocionais do texto. (...) Andreia Brites, Revista Blimunda / Fundação Saramago 
Irmão Lobo é uma novela avassaladora no modo como indaga a natureza dos afectos e o modo como construímos o nosso lugar no mundo, entre memória e dúvida e sempre com os mortos por perto.Sara Figueiredo Costa, Revista Atual / Expresso

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