Com uma periodicidade mensal (à exceção
de agosto), o Clube de Leitura destina-se a promover o prazer da leitura
partilhada. As reuniões decorrem à volta de um livro previamente escolhido e
lido por todos, proporcionando a convivência e a discussão entre quem gosta de
ler e explorar os livros lidos, tornando a experiência da leitura ainda mais
estimulante. Pontualmente poderá ter um escritor/dinamizador convidado.
Livro indicado: "O terrorista elegante e outras histórias"
de Mia Couto e José Eduardo Agualusa
Data: 19 dezembro, 21h00 às 22h00
Sinopse: Três novelas curtas, deliciosas e cheias de humor e
suspense, de dois dos autores mais populares e reconhecidos da ficção em língua
portuguesa.
Na história «O terrorista elegante» (escrita a quatro mãos sob um alpendre, em Boane, Moçambique), que dá título ao livro, um angolano é preso em Portugal por suspeita de participação em atos de terrorismo. O homem alega ser capaz de voar e conversa com um passarinho na prisão, que parece dar-lhe as orientações necessárias para que cumpra a sua missão.
Na história «O terrorista elegante» (escrita a quatro mãos sob um alpendre, em Boane, Moçambique), que dá título ao livro, um angolano é preso em Portugal por suspeita de participação em atos de terrorismo. O homem alega ser capaz de voar e conversa com um passarinho na prisão, que parece dar-lhe as orientações necessárias para que cumpra a sua missão.
«Venho aqui para matar.» É assim que o protagonista de «Chovem amores na rua do matador», a segunda história, pretende finalmente fazer as pazes com o seu passado: matando as três mulheres da sua vida.
A noite da cidade está mergulhada em caos e, enquanto o conflito se desenrola nas ruas escuras, um estranho mascarado procura alguém para matar. Em «A caixa preta» (tal como a anterior, a terceira história foi escrita em lugares diferentes, trocando mensagens, um autor acrescentando o texto do outro), gerações da mesma família são obrigadas a enfrentar os seus segredos mais bem guardados.
As três novelas que constituem este livro têm por base
peças de teatro escritas em conjunto pelos autores e encomendadas pelos grupos
de teatro A Barraca, de Lisboa, e Trigo Limpo - Teatro ACERT, de Tondela.
Porém, depois de conversas informais na bela e histórica cidade de Paraty, no
Brasil, essas peças foram reescritas pelos autores sob a forma de contos.
Dois dos maiores autores de língua portuguesa
juntam-se para proveito e alegria dos seus leitores.
Opiniões:
- Quando dois talentosos amigos escritores se juntam, o resultado é este.
Teresa Fastudo | 01-11-2019
José Eduardo Agualusa e Mia Couto já
habituaram os seus leitores a projetos diversificados, embora sempre marcados
pela beleza das palavras, pelas personagens fortes e cheias de vida, por
narrativas que nos levam a viajar mesmo quando não podemos sair do local onde
nos encontramos. Os seus leitores conhecem a amizade que une os dois escritores
africanos, pelo que este projeto surge como uma surpresa anunciada. Anunciada e
muito bem-vinda!
- Brilhantes
Paulo Ruivo | 22-10-2019
Sem dúvida brilhante, dois
escritores que conseguem maravilhar a mente com histórias simples e
humanas.
- Coisas sérias
Antonio Pombinho | 13-10-2019
Dois escritores lusófonos que
orgulham a nossa língua, contam três histórias aparentemente ligeiras mas que
nos fazem refletir sobre assuntos muito sérios.
- Apreciação
José A. Rocha e Silva | 06-10-2019
Gosto dos autores. Correspondeu à
minha expectativa. Satisfeito. Recomendo .
Quem é Mia
Couto?
Nasceu na Beira, Moçambique, em
1955.Foi jornalista e professor, e é, atualmente, biólogo e escritor. Está
traduzido em diversas línguas.
Entre outros prémios e distinções (de que se destaca a nomeação, por um júri criado para o efeito pela Feira Internacional do Livro do Zimbabwe, de Terra Sonâmbula como um dos doze melhores livros africanos do século XX), foi galardoado, pelo conjunto da sua já vasta obra, com o Prémio Vergílio Ferreira 1999 e com o Prémio União Latina de Literaturas Românicas 2007. Ainda em 2007 Mia foi distinguido com o Prémio Passo Fundo Zaffari & Bourbon de Literatura pelo seu romance O Outro Pé da Sereia.
Jesusalém foi considerado um dos 20 livros de ficção mais importantes da «rentrée» literária francesa por um júri da estação radiofónica France Culture e da revista Télérama.
Entre outros prémios e distinções (de que se destaca a nomeação, por um júri criado para o efeito pela Feira Internacional do Livro do Zimbabwe, de Terra Sonâmbula como um dos doze melhores livros africanos do século XX), foi galardoado, pelo conjunto da sua já vasta obra, com o Prémio Vergílio Ferreira 1999 e com o Prémio União Latina de Literaturas Românicas 2007. Ainda em 2007 Mia foi distinguido com o Prémio Passo Fundo Zaffari & Bourbon de Literatura pelo seu romance O Outro Pé da Sereia.
Jesusalém foi considerado um dos 20 livros de ficção mais importantes da «rentrée» literária francesa por um júri da estação radiofónica France Culture e da revista Télérama.
Em 2011 venceu o Prémio Eduardo
Lourenço, que se destina a premiar o forte contributo de Mia Couto para o
desenvolvimento da língua portuguesa.
Em 2013 foi galardoado com o Prémio Camões e com o prémio norte-americano Neustadt.
Em 2013 foi galardoado com o Prémio Camões e com o prémio norte-americano Neustadt.
Mia Couto segundo Anabela Mota
Ribeiro:
Quem é José Eduardo Agualusa?
José Eduardo Agualusa nasceu na
cidade do Huambo, em Angola, a 13 de dezembro de 1960. Estudou Agronomia e
Silvicultura. Viveu em Lisboa, Luanda, Rio de Janeiro e Berlim. É romancista,
contista, cronista e autor de literatura infantil. Os seus romances têm sido
distinguidos com os mais prestigiados prémios nacionais e estrangeiros, como,
por exemplo, o Grande Prémio de Literatura RTP (atribuído a Nação Crioula,
1998); também os seus contos e livros infantis foram merecedores de prémios,
como o Grande Prémio de Conto da APE e o Grande Prémio de Literatura para
Crianças da Fundação Calouste Gulbenkian, respetivamente. O Vendedor de
Passados ganhou o Independent Foreign Fiction Prize, em 2004, e,
mais recentemente, o romance Teoria Geral do Esquecimento foi finalista
do Man Booker International, em 2016, e vencedor do International
Dublin Literary Award (antigo IMPAC Dublin Award), em 2017.A partir de
2013, José Eduardo Agualusa começou a publicar a sua obra na Quetzal.
Entrevista:
9 curiosidades
Excertos da Graça Serra:
pág. 130:
[o meu pai] Caçava
pássaros mas não os guardava em gaiolas, era na varanda do quarto que os
prendia. Espalhava no chão a seiva da mulemba, aquela seiva branca e espessa, e
os pobres ficavam com os pés colados.
pág. 137:
"As formigas estão
por toda a parte. Até por dentro das pessoas elas estão. A senhora, por dentro,
é um formigueiro, um morro de salalé com forma humana".
Salalé
é uma espécie de formiga branca, alada. Estas formigas constroem altos morros
de argila, em formato de cones, autênticas cidades que chegam a atingir a
profundidade de 3 metros, a largura de 1m e mais, e cerca de 2m altura. No seu
interior e solo subjacente existe um labirinto formado por milhares de
cavidades formando corredores, autênticas estradas em vários sentidos, por onde
se deslocam, para além de galerias para onde estas convergem.
pág. 145:
"Então uma árvore
começou a crescer no lugar onde o homem tinha desaparecido. Uma mulemba. Uma
mulemba muito alta".
pág. 159:
"Esse ladrão
afinal era uma mulher. Fui eu que a levantei do chão e ela então disse uma
coisa muito estranha. Disse assim mesmo: "Vou ser mulemba"
Há uma mulemba Gigante
em Viriambundo (ver anexo), fica na província da Huila, a cerca de 100 Kms do
Lubango (Sá da Bandeira), entre a Chibia e a Cahama, na estrada de Ondjiva
(Pereira d'Eça).
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